A trajetória do professor Roberto Santos Amorim, o Betão (Avante), na política de Apuarema, pode ser considerada uma verdadeira inspiração para os que tentam chegar ao poder na vida pública e esbarram nas frustrações. Exemplo de persistência, depois de perder três disputas e desistir de uma ao longo dos últimos 16 anos, Betão, que já exerceu o cargo de vereador sofreu, amargou derrotas, mas se tornou prefeito eleito nas eleições 2024, agora já diplomado e pronto para ser empossado no pequeno município, que faz divisa com Jaguaquara e Jequié.
Ele obteve nas urnas 55,92 % dos votos válidos, 2.896 e venceu na disputa o prefeito Rogério Costa (PSD), que somou 44,08 %, ou seja, 2.283 votos. Ao ser reconhecido pela Justiça eleitoral em Jequié, na última quinta-feira (12) o futuro prefeito de Apuarema, que tem como vice-prefeito o ex-prefeito Raul (PT) foi indagado antes do ato sobre o que representou a sua vitória no pleito e usou a expressão ”experiência” ao dizer que chegará ao poder com cabelos brancos, aos seus 51 anos. ”Temos uma caminhada de longos anos, disputando, passamos pela câmara, nossa seguida disputa seguida, perdemos em 2020, Deus agora nos agraciou com essa vitória. Sob as nossas costas, a responsabilidade de construir uma gestão diferente. Apuarema que está carente de uma gestão que trate o povo com a dignidade que ele merece. A gente vem de uma eleição com um grupo de jovens, capitaneado por nós, já com os cabelos brancos. Eu acho que o que fica de bom desse processo todo é a experiência, alguns erros que a gente poderia cometer na gestão, a gente cometeu antes”, ressalvou.
O novo prefeito terá pela frente muitos desafios e ele revela que um deles está na educação. O município, por vezes, foi destaque na imprensa baiana por manifestações de professores que cobravam pagamento em dia e o cumprimento do piso. Em entrevista, Betão disse que a educação tem um custo alto, mas com queda de matrículas e prometeu dialogar com os seus colegas de profissão. ”A educação de Apuarema tem um custo alto, a gente sofre do mesmo problema que outros municípios sofrem que é a queda de matrículas. Então, você tem duas situações que caminham na contramão, uma crescente de despesa e uma decrescente de receita e o nosso desafio é aumentar a receita, fazer a gestão dos recursos da forma mais racional possível, fazer tudo com transparência e chamar a categoria para o diálogo”. Sobre o processo de transição, ele não fez segredo: ”a transição tem sido dificultada pela atual gestão, mas a gente tem feito a diferença com a nossa equipe, a gente tem buscado informações que eles deviram passar e não estão passando”, afirmou.
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