O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, em entrevsita nesta quinta-feira (7) que o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, gostaria que a sua inelegibilidade fosse revertida. Bolsonaro também comentou boatos de que estaria estudando a possibilidade de ter o ex-presidente Michel Temer (MDB) como seu vice em possível campanha para 2026.
”Tenho certeza de que ele [Trump] gostaria que eu viesse candidato”, afirmou o ex-presidente em entrevista à Folha de São Paulo. Segundo Bolsonaro, o carinho do presidente eleito por ele é muito grande, tendo inclusive convidado o seu filho, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para ficar em sua casa, na Flórida, durante a apuração dos votos da eleição norte-americana.
Quanto à possibilidade de Temer como vice, Bolsonaro afirmou que não era algo em seu radar, mas que não descarta a possibilidade. “Está na mídia, não sei se é verdade ou não, é o Temer de vice”, afirmou. “Não descarto conversar com ninguém”.
Michel Temer, por sua vez, afirmou que não pretende disputar o cargo de vice, nem qualquer outro. “Eu saí da vida pública”, afirmou o ex-presidente. Temer ainda afirmou que nunca conversou com Bolsonaro, mas, mesmo que conversasse, não seria convencido. “Já fiz o que tinha que fazer ao longo de 32 anos”, falou à Folha de S. Paulo.
Temer já ocupou diversos cargos, como secretário de Segurança Pública de São Paulo, mas os de maior destaque foram a presidência da Câmara dos Deputados, entre 1997 e 2001 e entre 2009 e 2010, de vice-presidente, entre 2011 e 2016 e de presidente entre 2016 e 2018.
BOLSONARO FALA SOBRE A SUA PRESIDÊNCIA
Questionado pela Folha sobre a sua presidência, Bolsonaro afirmou não saber como chegou ao cargo de líder do Executivo, mas que deu o melhor de si, embora não estivesse preparado para o cargo. ”Estava preparado? Não estava. Apesar de 28 anos de Parlamento, quando você vê aquela cadeira lá, cai para trás”, afirmou.
O ex-presidente afirmou que, neste momento, a sua pretensão é de voltar ao Palácio da Alvorada. ”Eu tenho um sonho. Qual é o sonho? De ajudar o Brasil”, afirmou.
Perguntado sobre quais foram os erros de sua administração e se deveria ter passado a faixa para Lula, Bolsonaro afirmou que ”jamais passaria a faixa para uma pessoa como o Lula”, mas reconheceu que deveria ter optado por mais ministros políticos do que militares e que sua relação com a imprensa deveria ter sido menos impetuosa.