A alta temperatura interna do PL da Bahia parece não ter fim. O pós-eleição no partido deve ser o momento para uma verdadeira ”limpa”, com foco na estrutura e nos integrantes. O Bahia Notícias obteve informações acerca de um processo disciplinar interno, que trata do pedido de expulsão de alguns integrantes, incluindo deputados eleitos pelo partido.
A cúpula da sigla já estaria ciente da notificação, que daria início aos trâmites legais para a apuração de alguns casos específicos. Entre os citados estariam os deputados estaduais Diego Castro, Raimundinho da Jr. e Victor Azevedo, por motivos distintos. Além deles, a candidata ao Senado Federal em 2022, Raíssa Soares, também estaria na lista. Outro nome que também poderia deixar os quadros de filiados do PL é o candidato a vereador em Salvador, Alexandre Moreira.
Diego Castro, Raíssa Soares e Alexandre Moreira, inclusive, estão envolvidos em um fato recente relacionado ao processo interno do PL. O caso chegou a ser exposto pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que realizou um “exposed” envolvendo a ex-candidata ao Senado pelo PL da Bahia e o deputado estadual baiano.
Na publicação, o filho de Bolsonaro também afirmou que Raíssa estaria com problemas no Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA) por não detalhar os repasses da verba eleitoral às duas empresas ligadas à apresentadora do Brado Rádio, Vanessa Moreira. O deputado também publicou fotos da prestação de contas de Raíssa, em que ela teria destinado recursos para as companhias da mãe de Alexandre Moreira. Ligado à ex-candidata ao Senado, Diego Castro também foi alvo da exposição feita por Eduardo Bolsonaro. O deputado federal publicou que o baiano contratou as empresas da genitora de Moreira, para os serviços de marketing e divulgação do mandato parlamentar.
A ex-candidata ao Senado nas eleições de 2022, Dra. Raíssa Soares (PL) rebateu as falas e publicou um vídeo nas redes sociais afirmando que registrou um Boletim de Ocorrência (B.O) em uma delegacia de Curitiba (PR) e disse estar sendo vítima de difamação. A movimentação ocorre após o deputado federal, Eduardo Bolsonaro (PL), acusar Raíssa de financiar empresas que criticam os familiares e o próprio ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Raíssa negou que tenha destinado dinheiro público para o Brado Rádio, onde se tem feito duras críticas ao ex-presidente da República. Nas redes sociais, Eduardo Bolsonaro alegou que a ex-candidata enviou dinheiro do fundo eleitoral para a apresentadora do Brado, Vanessa Moreira. Com público focado majoritariamente no extremo sul da Bahia, mais precisamente em Porto Seguro, Raíssa pode estar de malas prontas, com duas possibilidades de destino: Republicanos ou Novo.
O caso repercutiu de forma intensa em Brasília. Na última semana, a briga entre os membros do PL baiano e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ganhou um novo capítulo após o parlamentar direcionar ataques ao baiano Capitão Alden (PL). Em meio ao ”clima de guerra” no partido, o deputado baiano publicou uma foto com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em suas redes sociais, gerando críticas de Eduardo, que chegou a sugerir ao parlamentar da Bahia para ”assumir seus erros”. Apesar disso, informações dão conta que Alden não estaria entre os citados no processo.
Outros dois nomes do partido também não devem escapar da investigação: Victor Azevedo e Raimundinho da Jr. Ambos foram eleitos pelo PL, em 2022, porém a atuação dos dois sempre foi questionada por integrantes do partido, por conta do vínculo direto com o governo da Bahia. Com o mote de ”partido de Bolsonaro”, o PL deve tentar controlar o ingresso de nomes ”sem ideologia”, que tenham mais fluidez na relação com gestões ”de esquerda”.
Os citados devem ser notificados sobre a abertura do procedimento interno ainda nesta semana, além de poderem se manifestar acerca dos fatos mencionados.