Na política, algumas feridas são difíceis de cicatrizar e podem, inclusive, não fechar, ou seja, não ocorrer a reparação no tempo esperado. Na entrevista em que declarou seu afastamento da política de Jaguaquara, o ex-prefeito Ademir Moreira, ao detalhar sua relação histórica com o pré-candidato a prefeito e ex-vereador Raimundo do Caldo (PSD), que não terá o seu apoio no pleito de 2024, relembrou a sua ruptura com um ex-aliado, que apesar de não ser considerado inimigo, foi um calo no seu sapato, mesmo tendo sido o secretário de Finanças da sua gestão, até 2008, quando se licenciou para se candidatar a vereador e retornou ao Legislativo.
Trata-se de Nildo Pirôpo, atual presidente da Câmara e considerado um dos grandes articuladores da prefeita Edione Agostinone. Ao pregar fidelidade a Raimundo durante o tempo em que marcharam juntos, Ademir fez questão de relembrar a sua escolha pelo nome de Raimundo para eleição da presidência da Câmara, em janeiro de 2009, quando teria sido reeleito prefeito ao derrotar Mirinho e tentava fazer a presidência da Casa, optando por Raimundo e provocando o afastamento instantâneo de Pirôpo, que naquela época se juntou ao candidato da oposição no Legislativo, Valter Curinga, este que derrotou Raimundo por 5 votos a 4. ”Ninguém aconselha mais Raimundo do que eu, ninguém quer o bem de Raimundo mais do que eu. A cidade inteira sabe que, hoje Nildo virou um adversário meu por causa de Raimundo, porque na época, quando os dois ganharam para vereador eu era prefeito e tinha que ter o presidente da Câmara e naquele momento eu optei por Raimundo e Nildo queria ser o presidente do primeiro mandato. Eu chamei os dois e disse: Raimundo vai ser no primeiro e você vai ser no segundo e Nildo não aceitou. Por conta da posição que eu tomei a favor de Raimundo Nildo virou um adversário político”, revelou Ademir.
De lá pra cá, sua relação com Pirôpo não foi das melhores. Ainda no cargo de prefeito, Moreira chegou a sofrer acusações feitas por Nildo, que o denunciou inclusive no Ministério Público Federal por supostas irregularidades na gestão e depois que deixou o cargo Ademir ouviu de Pirôpo discursos que falavam de suposto caixa dois na campanha que elegeu o seu sucessor EM 2012, Giuliano Martinelli, de quem Nildo se tornou aliado e tem hoje como diretora da Câmara a sua esposa. [relembre]
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