Aliados de Elmar Nascimento temem veto de Lula na sucessão de Arthur Lira na presidência da Câmara

Encontro recente para apoio de Elmar envolveu até Rui Costa. Foto: Reprodução

Aliados do líder da União Brasil na Câmara dos Deputados, Elmar Nascimento (União Brasil-BA), temem que o presidente Lula (PT) imponha veto ao nome do parlamentar para a sucessão de Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Casa. Como a Folha revelou em maio, Lira ofereceu ao petista o poder de veto a candidatos, numa tentativa de buscar o apoio do governo federal em torno do nome que ele deseja emplacar como seu substituto no cargo.

Nos bastidores, aliados de Elmar dizem que ele pode ser vetado por Lula, dado que seu nome foi barrado por petistas baianos para a Esplanada dos Ministérios durante a transição do governo por causa de divergências regionais. A interlocutores, o parlamentar minimiza a situação e diz que quem irá consolidar a sua candidatura será justamente o PT da Bahia, já que ele tem feito gestos ao governo federal e ao partido no estado.

Esses aliados de Elmar, no entanto, se preocupam ainda com a possibilidade de o governo apoiar um outro nome na disputa e, por isso, trabalham para que ao menos o Executivo mantenha neutralidade. Integrantes da cúpula do União Brasil reivindicam que essa neutralidade seja estendida ao governo Lula, não apenas ao presidente, e também ao PT nacional.

Lira não pode se reeleger e tenta transferir seu capital político a um candidato de sua escolha. Hoje são cotados Elmar, Antonio Brito (PSD-BA) e Marcos Pereira (Republicanos-SP). Nenhum desses três nomes tem ampla maioria da Casa até o momento, e Lira sabe disso. Elmar é considerado o mais próximo do presidente da Câmara, mas, segundo relatos, o próprio alagoano tem dúvidas sobre a viabilidade dessa candidatura.

Nesta semana, o líder da União Brasil organizou uma festa em Brasília para celebrar seu aniversário e impulsionar a sua candidatura. Entre os 12 ministros que compareceram à confraternização, estava o chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT), gesto que foi celebrado por aliados de Elmar, já que os dois têm um histórico de divergências políticas na Bahia.

Um interlocutor próximo do parlamentar, no entanto, diz que o problema de Elmar não é Rui Costa, até porque ele tem pouca ingerência sobre a bancada do PT, mas sim o senador Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado.

As restrições a Elmar na época da transição foram atribuídas ao senador, embora ele negue. Amigo de Lula desde a década de 1980, Wagner é apontado como um dos conselheiros do presidente com intimidade suficiente para contestá-lo, especialmente em conversas reservadas. Lula chegou a defender seu nome para a corrida presidencial de 2018, mas Wagner rejeitou a proposta. Segundo petistas, a opinião do líder do governo no Senado tem peso para o presidente. Leia mais no Bahia Notícias