A taxa de desocupação no Brasil fechou o ano de 2023 em 7,8% em 2023, a população desocupada totalizou 8,5 milhões de pessoas ao final do ano passado, e a população ocupada atingiu 100,7 milhões de pessoas, o maior patamar da série histórica. Essas foram algumas das boas notícias presentes na pesquisa PNAD Contínua, divulgada pelo IBGE nesta sexta-feira (16).
Segundo a PNAD Contínua, que é o principal instrumento para monitoramento da força de trabalho no país, a taxa de desocupação em 2023 teve queda de 1,8% em relação ao que foi verificado no final do ano de 2022. Em relação aos números da população desocupada, houve queda total de 1,8 milhão (ou 17,6%) no ano passado frente a 2022. Nesse período, 25 unidades da federação registraram queda no número de desocupados.
Com relação à população ocupada, o levantamento do IBGE constatou que ao final do ano passado, o contingente de 100,7 milhões de pessoas com emprego representou um crescimento de 3,8% na comparação com o que foi apurado no ano de 2022. A PNAD Contínua constatou ainda que no ano de 2023, houve queda na taxa de desocupação em 26 das 27 unidades da federação: a única exceção foi Roraima.
Na avaliação do 4º trimestre de 2023 em comparação com o 3º trimestre, a taxa de desemprego no Brasil ficou em 7,4%, o que representou uma queda de 0,3% em relação ao período de julho a setembro (7,7%), e 0,5% frente ao mesmo trimestre de 2022 (7,9%). Apenas duas das 27 unidades da federação tiveram queda na taxa de desemprego no quarto trimestre, em comparação com o terceiro trimestre: Rondônia (de 2,3% para 3,8%) e em Mato Grosso (de 2,4% para 3,9%).
O Estado da Bahia observou uma queda na taxa de desocupação dos 13,3% registrados no 3º trimestre para 12,7% verificados no 4º trimestre. Durante todo o ano passado essa taxa foi caindo: era de 14,4% no 1º trimestre, desceu para 13,4% no 2º, foi a 13,3% no 3º e fechou o 4º trimestre de 2023 em 12,7%.
Apesar da queda constante na taxa de desocupação, a Bahia registrou o segundo maior índice no quarto trimestre do ano passado, perdendo apenas para o Amapá (14,2%). O Estado de Pernambuco, que no 3º trimestre estava praticamente empatado com a Bahia (teve taxa de desocupação de 13,2%), verificou queda maior no último trimestre do ano passado, fechando o período em 11,9%, a terceira maior taxa entre as 27 unidades federativas.
De acordo com a PNAD Contínua, a informalidade no mercado de trabalho também é mais presente nos estados nordestinos e da região Norte. Entre as unidades da federação, a maior taxa de informalidade do país foi registrada no Maranhão (57,8%), onde mais da metade da população ocupada exerce atividades informais. Outros estados com taxas acima de 50% foram Pará (57,4%), Amazonas (54,6%), Piauí (53,4%), Ceará (53,0%), Bahia (52,1%), Sergipe (51,9%), Paraíba (50,8%) e Pernambuco (50,7%).
Tanto a taxa de desocupação dos homens quanto a das mulheres tiveram variações negativas entre o terceiro e o quarto trimestre, mas a diferença foi maior para eles. Enquanto a taxa das mulheres passou de 9,3% para 9,2%, a dos homens caiu de 6,4% para 6,0% no mesmo período, ou seja, apenas eles ficaram com o nível mais baixo que a média nacional (7,4%).
Em relação ao nível da ocupação, percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, a taxa foi de 68,0% para os homens e para 47,9% para as mulheres. Para o total da população, essa proporção foi de 57,6%.
Quando se considera o recorte por cor ou raça, apenas a taxa de desocupação dos brancos (5,9%) ficou abaixo da média nacional. A dos pretos (8,9%) e a dos pardos (8,5%) continuam acima do total da população. A diferença entre os grupos é praticamente igual à registrada no início da série histórica da pesquisa, no primeiro trimestre de 2012, quando a taxa dos brancos era de 6,7%, a dos pretos correspondia a 9,7% e a dos pardos, a 9,2%.
No país, o rendimento médio habitual foi de R$ 3.032 no quarto trimestre. Essa média ficou estável em relação ao trimestre anterior (R$ 3.007), encerrado em setembro. Na análise regional, o rendimento cresceu apenas no Norte (de R$2.362 para R$ 2.419).
Em relação ao mesmo período do ano anterior (R$ 2.940), houve, segundo o IBGE, aumento de 3,1% na média nacional. Nessa comparação, o valor médio cresceu no Norte, no Nordeste e no Sudeste, enquanto as regiões Sul e o Centro-Oeste permanceram estáveis.
A amostra da pesquisa da PNAD Contínua por trimestre no Brasil corresponde a 211 mil domicílios pesquisados. Cerca de dois mil entrevistadores trabalham na pesquisa, em 26 estados e Distrito Federal, integrados à rede de coleta de mais de 500 agências do IBGE.