O mês de janeiro é dedicado à campanha de conscientização sobre a saúde mental no Brasil. O período foi criado pelo mês ser considerado o momento em que pessoas determinam metas e vivem diferentes emoções por conta da passagem do ano.
Os crescentes casos de doenças relacionadas à saúde mental também levaram a realização da campanha. A depressão, por exemplo, atingiu 11% da população brasileira durante 2022, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde, com resultados da Pesquisa Vigitel.
O tema ganhou mais repercussão ainda após figuras públicas, a exemplo dos cantores Wesley Safadão, Lucas Lucco, Luisa Sonza e o atleta Diego Rosa, relatarem sofrer com enfermidades mentais.
Diferente do Setembro Amarelo, período destinado exclusivamente prevenção do suicídio, o Janeiro Branco retrata de modo geral as doenças mentais. Segundo a psicóloga Ana Caroline, do Conselho Regional de Psicologia da Bahia (CRP), a campanha teve início após a Organização Mundial de Saúde (OMS) constatar que o Brasil é um dos países que mais possui problemas ocasionados à saúde mental.
”A campanha foi iniciada após a OMS identificar o Brasil antes de 2020, antes da pandemia de Covid-19, como um dos países mais depressivos e ansiosos. Na atualidade somado ao contexto da pandemia esse número tem aumentado muito. A gente percebe quando estamos falando de gestão de saúde pelo SUS, por exemplo que a atenção básica – porta de entrada de acesso da população brasileira, identifica muitos transtornos mentais”, explicou.
ACESSO AOS CUIDADOS
A especialista observou que pela falta de orientação à população, o período é considerado o “pontapé” para os cuidados com a saúde mental. ”A gente percebe justamente a necessidade de orientação da população para que desde logo comece a identificar esses sinais. […] Janeiro Branco pode ser o pontapé do ano inteiro. Todo mês a gente precisa de atenção à saúde mental. Temos diferentes datas que chamam atenção para o autocuidado”, comentou.
A psicóloga pontuou também que além de consultas com especialistas da área, outros tipos de terapias podem contribuir para a recuperação da saúde mental no Brasil.
”A gente pode pensar desde a realização de atividade física, alimentação adequada e acesso à alimentação. Um ambiente de trabalho promissor, um ambiente de trabalho para trabalhar, pois o desemprego é uma agravante. Então você terá outros tratamentos também além da psicologia, da psicoterapia. Tem outros cuidados com saúde como quiropraxia, acupuntura médica e outros profissionais também, toda a linha de cuidado. Tudo isso colabora para o cuidado com a saúde mental”, revelou.