Raimundo do Caldo, citado nos meios políticos como figura de proa nas possibilidades de entendimento para união da base do governador Jerônimo Rodrigues (PT) em Jaguaquara, maior colégio eleitoral do Vale do Jiquiriçá, tendo sido vereador, presidente da Câmara, vice-prefeito e candidato a chefia do Executivo numa eleição emblemática de 2020, quando perdeu o pleito para Edione Agostinone (PP) por uma diferença de 58 votos, dá um lembre e um recado: ”sou da base do governador, a pretensão é de ser candidato, mas vou ouvir o governo”.
Na sua última visita ao município, no dia (29) de dezembro de 2023, Jerônimo, que estava acompanhado do ministro Rui Costa (PT), demonstrou, nas entrelinhas, ao discursar, o desejo de ver uma aliança entre o PT, que será o novo partido da prefeita, e o PSD, liderado na cidade por Raimundo. Ou seja, uma chapa, com Edione e o seu principal adversário. De lá pra cá, as conversas sobre uma possível aliança renderam nos bastidores, mas sem nenhuma confirmação da união.
Em conversa com o BMFrahm, na noite desta quinta-feira (18), após reunião com integrantes do grupo da oposição, Raimundo admitiu que o desejo do governador é o de unir a base e essa seria a mesma linha de pensamento do ministro Rui Costa, com quem tomou café na passagem do chefe da Casa Civil por Jaguaquara, na residência do empresário e integrante do PT local, Ricardo Leal. ”Sou liderado de Otto Alencar, do deputado Antonio Brito, que são do meu partido e votei no governador Jerônimo quando toda a oposição na cidade ficou com ACM. Então, antes de qualquer decisão, vou ouvir todos eles, ouvir o ministro Rui Costa, ouvir aqueles que sofreram comigo naquela eleição histórica e definir qual será o nosso rumo”.
Pelo que se diz, se depender de Edione, o atual vice, Nei Cabeludo (PDT), será mantido na chapa que disputará à reeleição. Entretanto, na política, quando a ordem vem de cima, só lhes restam obedecer. O ”X” da questão, é se o ex-prefeito e correligionário de Raimundo, Ademir Moreira, que apesar de ter apoiado ACM Neto (UB) assumiu recentemente o diretório do partido do vice-governador Geraldo Jr., o MDB, com anuência de Lúcio e Geddel Vieira Lima, de quem é próximo, desde outrora, aceitará a aproximação de Raimundo com a loira, já que o mesmo também pretende disputar o Executivo e abriria mão, dizem, com a pressão dos seguidores, apenas para o próprio Raimundo encabeçar a chapa oposicionista.