Dezembro laranja alerta para maior risco de câncer de pele no verão, que teve início nesta sexta-feira (22); entenda

”Já pintou verão, calor no coração, a festa vai começar”. Uma das estações mais esperadas por baianos e turistas, o verão foi iniciado nesta sexta-feira (22). O período é conhecido por trazer dias mais longos e noites mais curtas por conta da maior incidência de radiação solar em um dos hemisférios.

Além disso, é na estação que a população costuma ficar mais exposta ao sol, por conta das práticas de atividades ao ar livre; passeio em praias, eventos em áreas abertas, entre outras. Diante dessa maior exposição, especialistas chamam atenção com o cuidado à saúde para a prevenção de doenças de pele. Um desses exemplos é o câncer de pele.

A enfermidade é a mais frequente no Brasil e está relacionada a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país. Segundo as estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA), a Bahia deve ter neste ano, 10.530 casos de câncer de pele não melanoma e Salvador 1.620. Já o câncer de pele melanoma, que são mais raros e com alta taxa de mortalidade podem ter 250 casos na Bahia e 70 na capital.

Em termos de internações, outras neoplasias malignas registraram 1928 pacientes internados com a enfermidade e 185 óbitos, em 2023 conforme levantamento da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab).

Como forma de alertar para a doença, é realizado o Dezembro Laranja, campanha de Prevenção do Câncer de Pele. De acordo com a coordenadora regional (BAHIA) da Campanha Dezembro Laranja da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Maria Clara Gordiano, a doença tem aumentado no Brasil e no mundo, por conta da radiação e da camada de ozônio.

”O câncer de pele é causado pela radiação. O que a gente percebe é que com a chegada do verão, as pessoas se expõem mais vão para praia, estão de férias, principalmente crianças. Nos últimos anos o câncer de pele tem aumentado tanto no Brasil quanto no mundo. Tem duas coisas que estão favorecendo isso. O primeiro é a camada de ozônio e a radiação que é acumulativa. Quanto mais velha a pessoa mais radiação ela acumulou”, esclareceu.

A especialista explicou também sobre como é possível identificar sintomas da doença. “Quando a gente tem uma pinta que mudou de cor, mudou de tamanho ou cresceu e sangrou; ou quando você tem uma ferida que não cicatriza mais do que quatro a seis semanas; ou então uma pinta nova, uma lesão que apareceu. Essas são os principais alertas para que a pessoa procure um médico para essa lesão ser examinada”, contou.

Outro ponto que a dermatologista comentou foi sobre o tratamento que pode ser realizado para combater a enfermidade. “O principal tratamento de câncer de pele é a cirurgia. A cirurgia cura mais de 98% do câncer que é diagnosticado desde o início e não está avançado. Raras vezes quando o câncer está muito avançado que o tratamento pode ser feito com radioterapia e quimioterapia, mas são raríssimos casos. A grande maioria mesmo pode ser tratado com cirurgia”, disse.

PREVENÇÃO

Maria Clara Gordiano destacou também a importância da prevenção para reduzir a incidência dessa doença. Cuidados básicos e de atenção podem ser realizados pela população para a prevenção do câncer de pele.

”A gente precisa evitar exposição diretas aos raios solares entre 9h e 15h, procurar sempre a sombra, usar roupas e chapéus para se proteger, então roupas de mangas compridas leves, mas sempre cobrir o corpo. Colocar o protetor solar maior do que 30 todos os dias, inclusive em dias nublados não só na praia e reaplicar o protetor todos os dias”, observou.

DANOS NA VIDA ADULTA

A dermatologista Vanessa Pimentel alertou que os danos do câncer de pele são iniciados na fase adulta, a partir dos 50 anos. “A gente tem que lembrar que o sol que a gente vai tomando ao longo da vida, os danos vão se acumulando na pele. Então quando chega na fase adulta a partir dos 50 e 60 anos, a gente tem um risco maior das lesões aparecerem mas é resultado da exposição que a gente teve ao longo da vida”, afirmou.

A médica apontou ainda que apesar de pessoas de tom de pele claro possuírem mais chances de desenvolver a doença, o câncer de pele pode ser agressivo também em pessoas de pele mais escura.

”Pessoas de pele mais clara, de cabelos claros, olhos claros, aquelas pessoas que queimam mais facilmente que ficam com a pele mais vermelha com qualquer exposição ao sol, têm um risco maior para câncer de pele. Mas não é por isso que a gente tem que considerar que as pessoas de pele morena ou de pele negra não tem que se proteger, pois o câncer de pele também atinge e pode ser agressivo as pessoas de pele negra”, completou. As informações são do site Bahia Notícias