Alertas sobre a qualidade do ar tornaram-se rotineiros nas temporadas de incêndio no Brasil. Em setembro de 2022, a Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou novas diretrizes globais sobre a qualidade do ar no mundo, indicando os principais danos à saúde. Dados do Monitor de Fogo do MapBiomas mostram que 13,3 milhões de hectares foram queimados entre janeiro e dezembro de 2022 no Brasil, uma área equivalente ao estado do Acre. O número representa um crescimento de 14% em relação a 2021.
Na Bahia, o movimento foi contrário. Enquanto 1.014,430 hectares foram queimados em 2021, em 2022, o número foi reduzido para 492.229 hectares. O ranking dos territórios mais afetados é liderado pelo município de Formosa do Rio Preto, com 78.362 hectares afetados pelas queimadas. O top 10 inclui: São Desidério, Cocos, Barra, Pilão Arcado, Barreiras, Santa Rita de Cássia, Riachão das Neves, Correntina e Jaborandi.
No cenário nacional, as regiões atingidas abrangem florestas e cerrados. Em 2022, a área de florestas queimadas foi cerca de 2,8 milhões de hectares, um crescimento de 93% em relação ao ano anterior, 85% na Amazônia. Da área total, 70% ocorreram nos meses de agosto, setembro e outubro. Ainda em dezembro, a Amazônia queimou 50% a mais do que em 2021. Já o Cerrado, queimou 7,4 milhões de hectares em 2022, um total de 45% da região. Apesar disso, o Cerrado continua como o bioma mais afetado pelo fogo, já que sua área total equivale a metade da extensão da Amazônia brasileira.
Os dados também mostram que as Unidades de Conservação que lideram o ranking de área queimada no Brasil em 2022 são: Parque Nacional do Araguaia, Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins e Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba. Somente em dezembro de 2022 o ranking é liderado pela Estação Ecológica do Taim, Parque Nacional do Pantanal Mato-Grossense e APA Serra da Ibiapaba. Terras indígenas também compõem a lista, com o Parque Indígena do Araguaia, TI Raposa Serra do Sol e Parque Indígena do Xingu.