Janja, Margareth e novo presidente do Iphan avaliam estragos dos atos terroristas no Palácio do Planalto

Ministra da Cultura, Margaretch. Foto: Nicole Angel, de Brasília

A primeira-dama, Janja da Silva, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, e o novo presidente do Iphan, Leandro Grass, fizeram, na tarde desta terça-feira (10), uma vistoria no Palácio do Planalto para avaliarem os estragos feitos pelos atos terroristas ocorridos no último domingo (8). Após reunião com Janja, a ministra concedeu coletiva de imprensa, ao lado de Leandro Grass.

De acordo com a ministra, foi feita a vistoria em todo o terceiro andar do Planalto, onde estão concentradas as obras mais danificadas e que ainda não foram retiradas do local. Entre os itens históricos que foram danificados está o relógio do Século XIX que foi dado de presente para D. João VI e uma pintura de Di Cavalcanti, que está avaliada em R$ 8 milhões. A vistoria foi acompanhada também pelo curador de arte do local, Rogério carvalho.

”Ele nos fazendo a demonstração, falando das das peças realmente bastante danificadas, várias obras de arte. E agora é fazer avaliação disso, né? Pra gente tomar as próximas providências, como será a reestruturação e também a ideia de criar um memorial sobre essa violência que sofremos pra que nunca aconteça de novo”, detalhou a ministra.

Sobre o memorial citado, Margareth não deu muitos detalhes, apenas disse que foi uma ideia que surgiu durante a reunião com a primeira-dama e que irão conversar melhor sobre a estruturação desse memorial.

Ainda falando das obras, a ministra da Cultura lamentou os atos terroristas e a destruição das obras e do patrimônio público e considerou uma ”violência muito desrespeitosa e profunda”.

”Isso é um tesouro artístico, tesouro do povo brasileiro. Isso é um pertencimento da nação, do estado e que precisa ser respeitada a sua integridade. Então é uma violência muito desrespeitosa e profunda. E é pra gente deixar marcado isso, pra que nunca mais possa acontecer violência desse nível, com a memória, com o intocável que é a nossa democracia”, pontuou Margareth.

Em relação a estima dos prejuízos, ela afirmou que ainda não foi possível estipular um valor de tudo que foi destruído e vandalizado pois a perícia foi finalizada nesta terça e que pediram até quinta para que todo o processo fosse finalizado. ”Daí que nós vamos ter a dimensão do que foi estragado, do custo disso e como que nós vamos fazer pra fazer essa essa recuperação”, afirmou.

A ministra da cultura disse ainda que nesta segunda foram feitas diversas reuniões tanto com profissionais e técnicos do Iphan, mas também com representantes da UNESCO, que segundo Margareth, se colocaram a disposição para auxiliar na recuperação das obras. ”Também temos várias instituições querendo auxiliar nesse momento”, destacou.

NOVOS NOMES NO IPHAN

Antes da reunião com Janja, a ministra da Cultura fez 3 novas nomeações no Iphan, entre eles está a troca no alto comando da pasta que antes ficava a cargo de Larissa Peixoto, mas agora passa para o sociólogo e ex-deputado distrital, Leandro Grass.

Além de sociólogo, Grass também é mestre em Desenvolvimento Sustentável pela Universidade de Brasília (UnB), gestor cultural formado na Organização dos Estados Ibero-Americanos, da Espanha, e ex-pesquisador do Observatório de Políticas Públicas Culturais da UnB. Foi eleito deputado distrital em 2018, cumprindo mandato até 2022.

Outro nome que foi anunciado por Margareth foi o de Andrei Rosenthal Schleed para comandar o Departamento de Patrimônio Material e Fiscalização. Andrei é doutor em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo e professor na UnB. Entre 2011 e 2019, Schleed foi diretor de Patrimônio Material e Fiscalização do Iphan — posição a qual retorna em 2023.

Por último, foi divulgada a nomeação de Deyvesson Gusmão que assume o Departamento de Patrimônio Imaterial do Instituto. Historiador com mestrado em Geografia pela Universidade Federal de Rondônia, Gusmão atua no Iphan desde 2009, tendo exercido as funções de Superintendente do Iphan no Acre, Coordenador-Geral de Identificação e Registro do Departamento do Patrimônio Imaterial, e Analista. As informações são do site Bahia Notícias