A Food and Drug Administration (FDA) – a agência de saúde dos Estados Unidos equivalente à Anvisa – alterou, na sexta-feira (23), o rótulo de um dos contraceptivos de emergência (pílula do dia seguinte) mais conhecidos do país para informar que ele não tem ação abortiva.
O posicionamento das autoridades de saúde ocorre depois de a Suprema Corte dos EUA anular, em junho deste ano, a lei federal que garantia o direito de aborto em todo o país.
A pílula Plan B One-Step está disponível para uso nos EUA sem a necessidade de receita médica desde 2013. No Brasil, outras marcas de pílula do dia seguinte são vendidas em farmácias e distribuídas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Todas as alternativas são indicadas para reduzir a chance de gravidez após sexo desprotegido ou quando outro controle anticoncepcional falha.
A mudança no rótulo deixa claro que a pílula não altera a implantação de um óvulo ou afeta uma gravidez existente, pois seu mecanismo de ação ocorre ainda na fase de ovulação, antes da liberação de um óvulo ou da fecundação dele.
A pílula do dia seguinte contém uma dose maior de levonorgestrel – um tipo de progesterona sintética – do que as pílulas anticoncepcionais diárias e funciona de maneira semelhante para prevenir a gravidez.
”Como resultado, o Plano B One-Step geralmente interrompe ou atrasa a liberação de um óvulo do ovário”, esclarece a FDA em um comunicado.
Em uma sessão de perguntas e respostas do site da FDA, a agência acrescentou a pergunta: ”O Plano B One-Step é abortivo (causando aborto)?” com a resposta ”Não”. ”O Plano B One-Step não funcionará se a pessoa já estiver grávida, o que significa que não afetará uma gravidez existente”, afirma.