O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a afirmar que os dados de mortes de crianças por causa da Covid-19 foram inflados e acrescentou que hospitais alteravam os códigos de doença para receberem mais recursos do governo federal. O mandatário não apresentou nenhuma prova.
O mandatário disse foram “raros” os casos de crianças mortas em decorrência de infecção pelo novo coronavírus. Os dados oficiais, no entanto, desmentem o presidente da República.
”A minha filha não se vacinou, tem 11 anos de idade. Alguém, algum prefeito pediu para mim UTIs infantis para Covid? Não. As pessoas jovens são assintomáticas. Alguém viu alguma criança morrer de Covid? Se viu, é coisa rara”, afirmou o presidente, durante transmissão ao vivo com mulheres de Minas Gerais que o apoiam.
”O que aconteceu em alguns casos é que chegava criança no hospital com traumatismo craniano porque caiu da bicicleta. E alguns hospitais botavam maldosamente ‘Covid’, porque eu pagava R$ 2.000 a diária [para leitos de UTI para Covid-19], e UTI outra era R$ 1.000. Vai que a criança morria, aí botava lá Covid [como causa da morte]”, completou o presidente.
Bolsonaro também defendeu durante a transmissão os medicamentos do chamado kit Covid, comprovadamente ineficazes para o tratamento da doença. Buscou ainda reforçar sua tese argumentando que detentos não morreram durante a pandemia, pois tomavam remédio para ”chato”.