O pastor Arilton Moura se recusou a comparecer ao Senado nesta quinta-feira para explicar as denúncias envolvendo lobby e pedidos de propina a prefeitos para liberar verbas do Ministério da Educação (MEC). O religioso, contudo, conhece bem o Congresso. Nos últimos quatro anos, segundo documentos obtidos pelo GLOBO, ele visitou ao menos 90 vezes a Câmara entre janeiro de 2019 e março de 2022. Dentre os destinos registrados no sistema de segurança, estão ao menos dez gabinetes de parlamentares de diferentes legendas, do PL ao PSB — e do deputado Eduardo Bolsonaro, filho do presidente. A reportagem é do jornal ”O Globo”.
Moura está na mira da uma investigação da Polícia Federal sob a suspeita de intermediar a liberação de recursos da Educação para prefeituras. O religioso foi acusado de pedir propina em Bíblias, conforme revelou O GLOBO, e de atuar em parceria com o pastor Gilmar Santos. Convidados pelo Senado para esclarecer os fatos nesta quinta-feira, a dupla declinou do convite alegando que já é alvo de ”procedimentos na esfera judicial”. Procurado, Moura não se pronunciou. Em suas redes sociais, Santos nega qualquer irregularidade. O escândalo no MEC resultou no pedido de demissão do então ministro Milton Ribeiro.