Em Jaguaquara, maior cidade do Vale do Jiquiriçá, quem alimentava esperança em torno de uma guinada da administração municipal logo no início do segundo ano da gestão da prefeita Edione Agostinone (Progressistas) começa a ficar ainda mais preocupado com a ausência de perspectivas de mudanças. A desilusão é atribuída a falta de atitude da governante que, para muitos, insiste em manter a Prefeitura de Jaguaquara com os pés fincados no passado. Um dos exemplos citados por fontes consultadas pelo BMFrahm, é a teimosia de manter quadros que estão presentes desde 2006, isto é, dos tempos da dupla Dr. Osvaldo/Ademir.
Poucas foram as alterações significativas que ocorreram no ano passado, mesmo que necessárias para o enfrentamento da crise proveniente de trapalhadas dos governos anteriores, que culminaram em sequestro de verbas públicas, atrasos no pagamento de salários em 2021 [situação já regularizada], insatisfação de servidores como a classe de professores, fazendo protestos nos primeiros dias de 2022. Insatisfação que também pode ser notada com os pedidos de exonerações de secretários no começo da atual gestão: Infraestrutura, Cultura e Educação. Além disso, vieram os desastres naturais, com enchentes que provocaram destruições, comprometendo a infraestrutura da cidade, que até hoje sente os reflexos.
Segundo interlocutores, a situação não é pior, porque a prefeita conta com o silêncio da maioria absoluta dos vereadores na Câmara e tem encontrado amparo do governador Rui Costa (PT) e do presidente da UPB e prefeito de Jequié, Zé Cocà (Progressistas) que têm colaborado com a destinação de recursos financeiros para o Município tocar algumas obras importantes, reestruturação de prédios escolares e a construção de uma nova Delegacia, estas já iniciadas, dentre outras que serão licitadas, como pavimentação de ruas e Complexo Poliesportivo.
No meio político, Edione conta com o reconhecimento pela sua boa vontade de buscar benefícios para o Município, tanto junto a órgãos do Estado quanto a órgãos da União. Contudo, na opinião geral, o fato de ela está cercada de figuras que são consideradas ”desgastadas”, pouco tem conseguido atender aos verdadeiros anseios da população.
Como se não bastasse, a prefeita ainda tem de conviver com o ”fogo-amigo”, conforme é destacado por estas mesmas fontes consultadas. Os burburinhos de membros da sua própria gestão trabalham com a expectativa de o padrinho político, o ex-prefeito Giuliano Martinelli (Progressistas), disputar às eleições de 2024, já que o mesmo não conseguiu emplacar seu nome como candidato a deputado estadual como foi cogitado, após eleger Edione, anunciar ruptura com Cocá, João Leão, cacique do partido pelo qual se elegeu e reelegeu prefeito e declarar apoio ao pré-candidato a governador, ACM Neto (DEM), de olho no futuro.
Há quem diga também, que, promover uma drástica mudança na equipe administrativa, de ”mamando a caducando”, ou seja, de secretários a diretores, seria o ”canto do cisne” para Agostinone sobreviver politicamente e dar a volta por cima, podendo inclusive convencer os insatisfeitos da população, cuja maioria – se somados os votos dos outros três postulantes ao cargo em 2020, Raimundo (PSD), Flavinho (PODE) e Pedrinho (PSL) – rejeitou o projeto de continuidade, que obteve a vitória com uma diferença de 58 votos para o segundo colocado, Raimundo.
Aliados próximos afirmam que, se a gestão permanecer assim, o barco pode naufragar antes de 2024 e, com isso fazer Martinelli afundar junto e a oposição – representada por Raimundo e Ademir, que rachou depois da derrota em 2020, juntar os cacos e enfrentar novo desafio ou abrir brecha para o surgimento de uma nova liderança na política em Jaguaquara.