Apesar da análise dos rendimentos domiciliares per capita sem o efeito dos benefícios de programas sociais não ter sido feita para as capitais, a evolução da população abaixo das linhas de pobreza e extrema pobreza monetária em Salvador, no ano passado, sugere que o impacto positivo dessas transferências de renda no município não foi tão importante quanto no estado como um todo.
Em 2020, 22,3% dos moradores da capital baiana estavam abaixo da linha de pobreza, o que significa que 643 mil pessoas viviam com rendimento domiciliar per capita inferior a R$ 443 por mês. Esse número praticamente não se alterou em relação a 2019, quando 642 mil pessoas estavam nessa situação em Salvador (22,4% da população naquele ano).
Diferentemente do que ocorreu nos estados, entre 2019 e 2020, o número de pessoas abaixo da linha de pobreza cresceu em 16 das 27 capitais. Salvador teve o menor aumento. No ano passado, o município se manteve com o 5º maior número absoluto de pobres e tinha o 14º percentual entre as capitais (era o 15º em 2019).
Entre 2019 e 2020, o número de pessoas abaixo da linha de extrema pobreza cresceu em 15 das 27 capitais. Na capital baiana, entre 2019 e 2020, passou de 146 mil para 241 mil pessoas, o que representou um aumento de 64,8% ou mais 95 mil pessoas extremamente pobres em um ano, ficando abaixo apenas de Rio de Janeiro (+204 mil) e São Paulo (+180 mil). Em termos percentuais, o aumento soteropolitano foi o 6º mais elevado.
Assim, no ano passado, 8,4% da população da capital baiana estava abaixo da linha de extrema pobreza, ou seja, viviam com um rendimento domiciliar per capita inferior a R$ 153 por mês. O percentual era de 5,1% em 2019.
Com esse crescimento, Salvador passou a ser a capital brasileira com maior proporção da população vivendo em situação de extrema pobreza monetária. Um ano antes, em 2019, era apenas a 10ª nesse ranking.