O ex-prefeito de Jaguaquara, Giuliano Martinelli (PP), que andou silencioso nos últimos meses, utilizou os microfones da rádio comunitária Jaguar FM, nesta sexta-feira (26), para comemorar a aprovação de suas contas rejeitadas pelo TCM, mas aprovadas pelos vereadores aliados na Câmara Municipal, por 14 votos a 1, em sessão da última quarta-feira (24).
Durante a entrevista, o ex-gestor, de forma muito clara, demonstrou recuo diante da possibilidade de se candidatar a Assembleia Legislativa, como ele mesmo chegou a sinalizar, após uma visita ao escritório do pré-candidato a governador ACM Neto (DEM), no dia 7 de junho passado. ”Na realidade, sentei com minha família. Primeiramente Deus e depois a família para saber o que é melhor para a minha vida. Meu pai voltou com o sorriso no rosto a partir do momento que ele viu o filho retornar as atividades de origem [agricultura] e eu optei por não sair candidato a deputado estadual”, esclareceu.
O recuo de Martinelli já era esperado pelo seu grupo político, em função do desgaste causado na relação de amizade com o prefeito de Jequié e presidente da UPB, Zé Cocá (PP), o único, considerado nos meios políticos com musculatura suficiente para abraçá-lo na região e transferir votos numa possível candidatura do agora ex-aliado.
Ex-prefeito de Jaguaquara por dois mandatos consecutivos, Martinelli, que tem um perfil pouco conciliatório, característica que pode ter ajudado no seu afastamento da pré-candidatura, é considerado o padrinho político da atual prefeita, Edione Agostinone (PP), que também passa por um sério desgaste de imagem e com seu governo sofrendo críticas da população por parte da gestão que ainda não deslanchou nesses onze meses de mandato, inclusive com atraso de salários.
Giuliano afirmou que, em 2022, seu compromisso será com o deputado federal Cacá Leão (PP), ACM Neto (DEM) ao Governo do Estado e, em tom irônico, chegou a dizer que, para estadual, apoiaria até o ex-prefeito Ademir Moreira, que lhe acusa de ser traidor – político desde que ambos romperam politicamente depois da eleição de 2012, quando prefeito Moreira teria apoiado Martinelli – que à época venceu o empresário Ricardo Leal (PT) por uma diferença de 603 votos como candidato da máquina pública.