Após uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o chefe do PL, Valdemar Costa Neto, espera filiar o mandatário ao partido num ato em 22 de novembro.
Valdemar e Bolsonaro se encontraram no Palácio do Planalto para fechar os últimos detalhes da entrada do presidente no PL. Além de Bolsonaro, políticos aliados devem migrar para a mesma legenda. Bolsonaro está sem partido desde que rompeu com o PSL no final de 2019.
Sem conseguir estruturar uma nova legenda —o Aliança pelo Brasil—, Bolsonaro iniciou conversas com partidos do centrão, entre eles o PL e o PP. De acordo com o próprio Bolsonaro, a ida para o PL está 99,9% confirmada e depende de detalhes.
Em entrevista a uma rádio do Espírito Santo, na manhã desta quarta-feira (10), ele disse que pretendia concluir algumas negociações sobre São Paulo para bater o martelo. ”Se eu vier a disputar a reeleição, eu quero ter um candidato ao governo do estado em São Paulo, um candidato ao Senado e uma boa bancada de indicados”, disse.
”Está faltando acertar esse pequeno detalhe com o Valdemar, que eu acredito que a gente acerte no dia de hoje”. A ideia de aliados do presidente é que a entrada de Bolsonaro no PL consolide uma chapa à reeleição que também deve ter o PP e o Republicanos como pilares de sustentação.
O plano é que o PP, partido do ministro Ciro Nogueira (Casa Civil), indique o vice de Bolsonaro. Auxiliares palacianos dizem acreditar que a filiação ao PL é a forma mais garantida de amarrar a sigla com o presidente em 2022, evitando uma eventual neutralidade ou, pior, debandada para apoiar outro candidato, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Aliados também veem certa dose de pragmatismo na escolha do partido. A avaliação é que o tempo de televisão será crucial na disputa e o PP já é dado como certo na coligação. Assim, com o PL, Bolsonaro teria ainda mais exposição no horário eleitoral.
*por Julia Chaib, Ricardo Della Coletta e Marianna Holanda, Folhapress