De repente fico chorando à toa sem saber por quê
E vem a vontade de sonhar, de novo te encontrar
Foi tudo tão de repente
Eu não consigo esquecer
Permita-me velho amigo recorrer a você mesmo, a uma daquelas peças geniais que nos marcaram por toda a vida,com um breve ajuste, para traduzir este momento.
Não dá para rir à toa, quando só as lágrimas nos vêm aos olhos.
Que saudade, amigo. Foi tudo tão de repente, você mal partiu e a ela toca tão forte na gente
Você, genio em tudo na vida, na publicidade, nos negócios, na música, como pai, padrasto, na arte de fazer amigos.
Ah, pai! que exemplo com aquela publicidade onde você nos ensinou o que é ser um pai companheiro,
Que não basta ser pai, tem de participar
Não basta ser remédio, tem de ser gelol
Pai/mãe, pouco importa, gênio sempre, até com seu silêncio na campanha da valisere, aquela do primeiro sutiã a gente nunca esquece
Ah, você que conquistou o Brasil e o mundo com tantos prêmios internacionais
Que abriu as portas da publicidade nacional para tantos publicitários baianos como João Santana, Sergio Amado, Geraldão, Nizan e tantos outros, brilhantes profissionais
Você meu caro, tão bem definido como num auto-retratado na publicidade das Óticas Ernesto
Um baiano da gema, um baiano do bom, Felicidade!
Como diz Caetano, que transa todas sem perder o tom
Gostava de uma lambreta do armazém popular.
Mas também gostava da noite, de festa bonita, champagne, caviar
E não era à toa que esse irmãozinho ai
vira e mexe aparecesse na coluna de July
Mas nada disso lhe prendia nem subia a cabeça por que
Porque domingo tinha Fonte Nova para que esquentar
Tomando uma cervejinha ele gostava de ver seu Bahia jogar
Agora eu me despeço, vou me embora, eu quero é mais
Você quer saber meu nome
Meu nome é Duda,
Duda Mendonça, meu rapaz!
Duda Mendonça, o publicitário mais querido da Bahia!
*por Paulo Roberto Sampaio, diretor de Redação da Tribuna