A Volkswagen deu início nesta segunda-feira (19) a uma paralisação de 20 dias no turno matutino da produção em São Bernardo do Campo, no ABC paulista.
Cerca de 1.500 trabalhadores iniciaram férias coletivas. A parada, segundo a montadora informou ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, foi necessária para ajustar o estoque de peças ao ritmo de produção.
Na unidade de São Bernardo são produzidos os modelos Virtus, Saveiro, Nivus e Polo.
A escassez de componentes eletrônicos, especialmente os chips semicondutores, levou diversas fábricas a paralisar atividades em todo o mundo.
Em Taubaté, no interior de São Paulo, onde a Volkswagen produz os modelos Gol e Voyage, a montadora decidiu prorrogar o período de férias coletivas. Prevista, inicialmente, até sexta (16), a paralisação continuará por mais dez dias para parte dos funcionários.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté, cerca de 2.000 trabalhadores ficarão 20 dias em férias. Os dez dias adicionais chegarão a cerca de 800 operários.
No início de junho, a produção em Taubaté já tinha sido interrompida por cerca de dez dias. Na época, a Volkswagen também suspendeu o trabalho na fábrica de São José dos Pinhais (PR), onde são produzidas as linhas Fox e T-Cross.
A falta de peças e as sucessivas paradas nas montadoras levaram a Anfavea (associação das montadoras) a revisar para baixo as previsões de produção e vendas para o mercado nacional em 2021.
A associação prevê que 2,46 milhões de veículos leves e pesados serão fabricados neste ano, uma alta de 22% sobre 2020. Há seis meses, a associação calculava que haveria um crescimento de 25%, com 2,52 milhões de unidades.
Segundo um estudo feito pela consultoria BCG e apresentado pela Anfavea, 3,6 milhões de veículos deixaram de ser produzidos no mundo no primeiro semestre. No Brasil, a entidade calcula que a escassez de componentes já tenha impedido a produção de 100 mil a 120 mil veículos neste ano.
Entre março e abril, General Motors, Volkswagen, Mercedes, Scania, Nissan, Renault, VW Caminhões e Ônibus e Toyota adotaram paralisações nas linhas de montagem por falta de peças.
*por Fernanda Brigatti, Folhapress