Sempre lembrando aquela surrada frase de Magalhães Pinto, ex-governador mineiro: ‘Política é como a nuvem, você olha agora está de um jeito, olha daqui a pouco está de outro’. Encaixa como uma luva no affair entre ACM Neto e João Doria (PSDB), governador de São Paulo.
Em agosto de 2017 Doria, prefeito de São Paulo, foi recepcionado com pompas em Salvador por Neto, onde veio receber o título de Cidadão Soteropolitano. Até parece coisa feita. Assim que Doria pisou na Praça Municipal tomou uma ovada na testa e daí em diante a relação desandou.
Tiroteio — Hoje os dois estão tipo não convidem para o mesmo jantar. Neto descartou a possibilidade de o DEM apoiar Doria, que tem pretensões presidenciais, e ele bateu de lá:
– Ele (Neto) passa por um momento de fragilidade.
E Neto rebateu de cá:
– Ele deveria ter bom senso. Está rejeitado pelas ruas e pelas lideranças.
Bolsonaro acha que Doria se elegeu na ponga da onda bolsonarista, os dois se agridem abertamente, e, na melhor das hipóteses, é um caso em que os dois saem feridos.
No conjunto da obra, quem agradece é Lula. Saiu da presidência como corrupto, foi preso e execrado e agora lidera as pesquisas surfando no cabedal de desacertos de Bolsonaro principalmente, mas também do entorno. Neto está nesse jogo querendo um caminho (leia-se Ciro Gomes) entre os desacertos de Lula e Bolsonaro, a terceira via. Vai dar?
*por Levi Vasconcelos