Em audiência com representantes de laboratórios farmacêuticos nesta terça-feira (23), senadores pediram aceleração do calendário de entrega de doses de vacinas contra a covid-19 para o Brasil. Os convidados explicaram que não veem condições para isso, mas reforçaram a manutenção dos prazos previstos nos contratos já assinados com o governo federal.
A audiência ocorreu no primeiro dia em que o país registrou mais de 3 mil mortes num período de 24 horas, segundo dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).
Foram ouvidos representantes da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que produz a vacina britânica Oxford/AstraZeneca; dos laboratórios Pfizer e Janssen, que produzem vacinas próprias; e das empresas União Química e Precisa, representantes brasileiras das vacinas Sputnik V, russa, e Covaxin, indiana.
Para os senadores, no entanto, os calendários apresentados pelas empresas têm informações vagas e até imprecisas sobre a disponibilidade dos imunizantes.
Dados discrepantes
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, questionou a Fiocruz, por exemplo, sobre uma ”discrepância” entre os cronogramas de doses apresentados ao Senado pela instituição e pelo Ministério da Saúde. Na informação original, o ministério prevê 99,8 milhões de doses até o mês de julho, mas a Fiocruz apresentou na audiência uma previsão de 97,8 milhões — 2 milhões de doses a menos.
A presidente da Fundação, Nísia Trindade Lima, afirmou que as previsões iniciais podem desacelerar devido a etapas técnicas da fabricação do imunizante ou da chegada do ingrediente farmacêutico ativo (IFA), que é importado. Segundo ela, a Fiocruz procura compensar possíveis atrasos em um mês com um aumento das doses previstas para o mês seguinte.
”Estamos trabalhando com os números mais próximos da realidade possível, sendo que a nossa orientação é acelerar esse cronograma, só que eu diria que ele está no limite”, admitiu.
Fonte: Agência Senado