A cidade de Jequié viveu um clima de reviravolta na conturbada cena política, diante da guerra travada entre a Câmara Municipal, através da presidência, vereadores membros da oposição contra o prefeito Sérgio da Gameleira (PSB) em junho de 2020.
Gameleira, que encerra o seu mandato e deixa o cargo nesta quinta-feira (31), chegou a ser afastado do cargo por três vezes, duas delas pela Polícia Federal, que apurava denúncia de irregularidades no âmbito da gestão municipal e uma vez pela Câmara, que acatou pedido de afastamento protocolado na casa contra o chefe do Executivo.
A Câmara chegou a empossar, por duas vezes, o vice-prefeito Hassan Youssef (PODE), no cargo de prefeito interino. Em uma das cerimônias, Hassan chorou, disse que foi chamado à responsabilidade e que iria assumir para que Jequié voltasse a se desenvolver. Em seguida, se dirigiu ao lado do então deputado estadual e hoje prefeito eleito Zé Cocá (PP), vereadores que votaram pela saída de Sérgio e correligionários ao prédio da Prefeitura, onde o grupo comemorou.
Dias depois, prefeito Sérgio foi reconduzido ao cargo após o juiz Armando Duarte Mesquita Junior reformar a decisão que permitia a realização da sessão da Câmara de Vereadores.
No mês seguinte, em Julho, uma operação desencadeada pela Polícia Federal (PF) e Controladoria Geral da União (CGU), intitulada de Old School, de combate a fraudes em licitações e desvio de verbas públicas no município voltou a mexer no tabuleiro político.
Gameleira foi mais uma vez afastado. Contudo, depois de mais de 40 dias afastado, com Hassan novamente ocupando a cadeira de prefeito, Gameleira foi reconduzido por decisão judicial para concluir o seu mandato. Vale ressaltar que, prefeito e vice, Sérgio e Hassan, tornaram-se adversários políticos. Amanhã, dia 1º de janeiro de 2021, Hassan será empossado secretário de Governo pelo prefeito eleito Zé Cocá e permanecerá na vida pública.