O deputado federal Sérgio Brito (PSD-BA) será investigado por suspeita de uso irregular da cota para atividade parlamentar. A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a abertura de inquérito para apurar se houve apropriação de recursos públicos (peculato).
Além de Brito, outros oito deputados e o senador Romário (Podemos-RJ) serão investigados. A verba em questão é destinada pela Câmara e pelo Senado para que os parlamentares paguem despesas referentes ao exercício do mandato.
Rosa Weber acatou o pedido do vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros. Após analisar material de busca e apreensão e quebras de sigilo telefônico, bancário e fiscal, a Procuradoria achou indícios da utilização irregular da verba e suspeita que haja ”um forte esquema de falsidade ideológica, associação criminosa e lavagem de dinheiro”.
A investigação envolve a empresa Atos Dois Propaganda e Publicidade Ltda (Xeque Mate Comunicação e Estratégia). Segundo a PGR, ela estaria usando empresas de fachada e ”testas de ferro” como sócios, colocando pessoas com “padrão de vida simples” como donas.
Entre janeiro de 2014 e junho de 2018, as empresas de fachada teriam prestado serviços aos parlamentares, emitindo notas fiscais com ”fortes indícios de inconsistências” que seriam colocadas ”para amparar a suposta utilização da cota parlamentar”. A reportagem procurou o deputado Sérgio Brito, mas não conseguiu contato.