O presidente da Câmara Municipal de Jaguaquara, Raimundo Louzado (PSD), em nota publicada em sua redes social, anunciou que o Legislativo pretende destinar, nesta sexta-feira (7), depois de serem retomados os trabalhos após o período de recesso, nesta quinta, mais R$ 50 mil à Prefeitura, para ajudar nas ações de combate ao novo coronavírus, com mais de 1 mil casos confirmados da doença e 10 óbitos no município, conforme informações do próprio Executivo, por meio da Secretaria de Saúde, que tem revelado notificações através de boletim epidemiológico e com apelo para que as pessoas cumpram as medidas restritivas impostas pelo prefeito Giuliano Martinelli (PP).
Segundo Louzado, com a devolução de mais R$ 50 mil, a Câmara estará perfazendo um total de R$ 150 mil ao Executivo durante a pandemia. – “Nesse momento em que o município vive uma das maiores crises, temos testemunhado o empenho que os políticos têm se conduzido, dedicando especial atenção às necessidades de suas regiões e, em Jaguaquara, apesar da falta de diálogo, de harmonia entre nós e o prefeito, porque o mesmo não demonstra interesse em dialogar com quem não se alia a sua gestão, nós estamos fazendo a nossa parte e devolveremos mais recursos, para que possam ser aplicados em ações de apoio as famílias que enfrentam extremas dificuldades”, ressalta a nota.
Na avaliação do presidente, a Prefeitura não conseguiu abrir a Unidade de Pronto Atendimento – UPA instalada no distrito Stela Dobois em tempo hábil para acolher os pacientes infectados pelo coronavírus no município. ”Já foram mais de 1 mil pessoas infectadas, 10 morreram e inclusive uma jovem faleceu com problemas cardíacos quando era transferida para Jequié e a vaga era aguardada pela família, que perdeu uma jovem de 18 anos pela ausência de um leito de UTI. Ouvimos o prefeito falar que busca parceria com o Governo do Estado e que município entrará com uma parte dos recursos para abrir a UPA, mas que ainda não foi possível porque nenhuma entidade não havia demonstrado interesse em assumir a gestão temporária da unidade. E aí eu pergunto, o que a população tem com isso? O tempo está passando, o comércio está aí sacrificado e será que vão esperar morrer mais dez para abrir a UPA?”, questionou.
Ele conclui afirmando que não quer transformar a pandemia em palanque político e diz que o desabafo é justificado em face das cobranças feitas pelos munícipes. ”Nós vereadores somos cobrados diariamente, nas ruas, no comércio, sobre tudo o que está acontecendo, sobre a demora para colocar essa UPA para funcionar, mas infelizmente, Jaguaquara com a receita que possui só resolve as coisas com ajuda de governo, com apoio daqui ou dali, mas ela não apresenta nada que possa ser motivo de aplauso com recursos próprios. Não queremos transformar a pandemia em palanque político, e nem queremos promover conflitos entre a salvaguarda da saúde da população e as ações do senhor prefeito”, bradou Raimundo.