Ministério Público de Pernambuco denuncia primeira-dama por abandono de incapaz

Sari Corte Real é denunciada pelo MP. Foto: Reprodução/Globo

A primeira-dama de Tamandaré, Sari Corte Real, foi denunciada nesta terça-feira (14) pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE), por abandono de incapaz em decorrência da morte, combinado com artigos do Código Penal Brasileiro que agravam as penas por o crime ”ter sido contra criança em meio à conjuntura de calamidade pública”, na pandemia da Covid-19. Agora o inquérito sobre a morte de Miguel Otávio segue para a Justiça.

O menino de 5 anos, que é filho da sua ex-empregada doméstica estava sob a responsabilidade de Sari, quando caiu do 9º andar de um prédio de luxo no Recife (PE). Mirtes Souza, mãe da criança, havia saído do apartamento para passear com a cadela da família dos patrões.

A denúncia foi apresentada à 1ª Vara de Crimes contra a Criança e Adolescente da Capital. Por telefone, a defesa de Sari Corte Real disse ao G1 que só vai se pronunciar após ter acesso à denúncia do MPPE.

Segundo o G1, o advogado de Mirtes Renata Souza afirmou que a mãe de Miguel recebe ”auspiciosamente a notícia do oferecimento da denúncia pelo delito de abandono qualificado contra Sari Corte Real”. A defesa de Mirtes disse, ainda, que o empenho para dar celeridade aos processos de natureza criminal do TJPE durante a situação de emergência sanitária da Covid-19 ”se refletirá, também, nos autos do processo criminal” em questão”.

Entenda o caso

O garoto Miguel caiu do 9º andar do edifício Píer Maurício de Nassau, no bairro de Santo Antônio, no Centro do Recife, no dia 2 de junho. Mirtes, sua mãe, o deixou com a ex-patroa para passear com a cadela da família.
Sari chegou a ser presa em flagrante por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, mas pagou fiança e deixou a cadeia.

A polícia acredita que a criança saiu do apartamento para procurar a mãe e foi até os elevadores do condomínio. Imagens das câmeras de segurança mostram que Sari conseguiu, por pelo menos quatro vezes, convencer Miguel a sair do elevador social e de serviço. Mas na quinta vez o garoto seguiu de elevador até o 9º andar, escalou um vão e alcançou uma unidade condensadora de ar. Na sequência ele dirigiu a um gradil, se desequilibrou e caiu.