O presidente da Câmara Municipal de Jaguaquara, Raimundo Louzado (PR), anunciou que o Legislativo pretende destinar mais R$ 100 mil à Prefeitura para ajudar nas ações de combate ao novo coronavírus, com 35 casos confirmados no município, conforme informações do próprio Executivo, por meio da Secretaria de Saúde, que tem revelado notificações através de boletim epidemiológico e com apelo para que as pessoas cumpram as medidas restritivas impostas pelo prefeito Giuliano Martinelli (PP).
Em vídeo publicado na rede social, Louzado disse ter promovido reunião, na quinta-feira (4), com os demais vereadores, inclusive da base governista para anunciar que fará a devolução dos recursos. ”Olá amigos e amigas, me dirijo a vocês para informar que nós fizemos uma reunião, onde participou a maioria dos colegas vereadores e eu sugerir que a Câmara fizesse uma devolução ao município no valor de R$ 100 mil. Também sugerindo ao senhor prefeito que, com esse dinheiro, ela possa investir em respiradores, comprando, alugando”, disse o presidente, tendo alfinetado o não funcionamento de uma UPA construída no distrito Stela Dubois – Entroncamento de Jaguaquara, e que seria colocada em funcionamento como centro de atendimento à Covid-19, após conversa do prefeito com o governador Rui Costa (PP), que chegou a anunciar a abertura da unidade de saúde, mas a proposta até hoje não foi concretizada. ”Estamos sabendo que no Hospital Prado Valadares [em Jequié] não existem mais vagas para atender os nossos munícipes. Então, senhor prefeito, o que nós precisamos é sair desse disse-me-disse e voltar para ações concretas. Nós estamos esperando o que em Jaguaquara? Será que é preciso acontecer uma morte para colocar a UPA em funcionamento?”, questionou.
Em (1º) de abril, a Câmara teria feito a devolução de R$ 50 mil e sugeriu que o valor devolvido aos cofres públicos do Executivo fosse aplicado na compra de cestas básicas para distribuição a famílias carentes durante a pandemia.
Raimundo e Martinelli, que já foram fortes aliados, inclusive prefeito e vice, até dezembro de 2016, quando Giuliano exercia o primeiro mandato, estão com relações cortadas desde 2018, quando Louzado após retornar ao Legislativo se posicionou como candidato a presidente, contrariando à época do gestor, que defendia a candidatura de uma prima vereadora, vencida no voto por Raimundo. De lá pra cá, ambos não se bicam.