A Polícia Rodoviária Federal (PRF) na Bahia flagrou 8,3 mil toneladas de excesso de peso transportados em veículos de carga no ano passado. Um aumento de quase 32% nesse tipo de infração, se comparado a 2018 quando foram retiradas de circulação 6,3 mil toneladas. O que também subiu foi a quantidade de notificações. Em 2018, foram emitidos 860 autos de infração e em 2019 foram 1.196, número 39% maior.
A PRF nos últimos anos intensificou a fiscalização dos veículos de transporte de cargas com o objetivo de coibir condutas irregulares na execução desse tipo de transporte e possíveis ilícitos criminais, contribuindo assim para a fluidez do trânsito, conservação do pavimento asfáltico da rodovia e segurança dos usuários nas rodovias federais.
Com vistas a auferir mais lucros, muitas empresas acabam colocando toneladas de excesso de peso nos caminhões, inclusive, ajustam as carrocerias para carregar mais mercadorias. Estudos apontam que o excesso de peso diminui em 50% a vida útil das estradas. Os danos causados ao pavimento deixam trilhas de rodas ou afundamento do asfalto, que interferem na dirigibilidade de veículos de passeio, como automóveis e motocicletas.
Entre os principais problemas ocasionados pelos veículos com carga acima do permitido está a elevação dos poluentes na atmosfera, causados pelo aumento do consumo de diesel. Essa conduta causa ainda desgaste mais rápido nos veículos, principalmente pneus, suspensão, feixes de mola e até empenamento do chassi.
Tendo em vista que a BR 101 que corta o nosso estado é um importante corredor de passagem de cargas para as principais rodovias do Brasil, grande parte do total de toneladas de mercadorias com excesso em veículos de carga, foram registradas na Região do Extremo Sul da Bahia (2.076.449 quilos de excesso) em 454 autuações emitidas.
A PRF Neila Cardoso, Chefe da Nona Delegacia, responsável pela fiscalização de mais de 500 quilômetros de estradas federais, explica que o excesso de peso desses veículo prejudica a vida útil do asfalto, o fluxo dos carros e ainda pode provocar acidentes, tornando maior o risco de colisões e tombamentos de carga. ”O excesso de carga reduz a capacidade de desempenho e estabilidade do caminhão, e uma das consequências está na redução da capacidade de frenagem e do superaquecimento do conjunto. Em 2019 foram retiradas de circulação mais de 2 mil toneladas de excesso em nosso trecho. E a fiscalização continua acirrada, já iniciamos 2020 com mais de 100 toneladas de carga excedente que foram retiradas dos caminhões durante blitzes nos trechos de Eunápolis e Teixeira de Freitas”, apontou Neila.