Acusado de matar Moa do Katendê é condenado a mais de 22 anos de prisão, após júri popular

Barbeiro foi condenado a 22 anos. Foto: Raul Spinassé/ A Tarde

O barbeiro Paulo Sérgio Ferreira de Santana acusado de matar o mestre de capoeira Romualdo Rosário da Costa, conhecido como Mestre Moa do Katendê foi condenado a 22 anos e um mês de reclusão, após sessão do júri popular. O julgamento ocorreu começou no período da tarde e seguiu até a noite desta quinta-feira (21), no Fórum Ruy Barbosa, no Campo da Pólvora, em Salvador.

De acordo com a sentença do júri, do período total, 17 anos e 5 meses são referentes ao homicídio do Mestre Moa. O tempo restante de 4 anos e 8 meses, equivalem a tentativa de homicídio do primo dele, Germino Pereira, que também foi atingido por uma facada no braço direito, ao tentar defendê-lo dos 13 golpes que vitimaram o capoeirista.

Após a publicação da sentença no Diário Oficial, que deve ocorrer já nesta sexta-feira, 22, a defesa terá cinco dias úteis para recorrer. Oferecida no dia 18 de outubro de 2019, a denúncia do Ministério Público estadual (MPBA) foi sustentada pelos promotores de Justiça David Gallo e Cássio Marcelo de Melo Santos. A filha de Moa, Somonai dos Santos da Costa, esteve presente na ação.

Defesa

De acordo com o advogado de defesa de Paulo Sérgio, Rodrigo Guimarães, diferente do que consta na denúncia do MPBA, o barbeiro não tentou matar Germino Pereira. Em declaração ao Jornal Massa!, ele contou que a defesa irá insistir nessa alegação para tentar modificar a pena imposta à Paulo.

”Está claro que não houve a tentativa de homicídio de Germino, pois, a tentativa presume que ele parou a execução por força alheia, mas nesse caso ficou claro que ele parou a execução porque quis. Na verdade, ele nem iniciou a execução com relação a Germino. Ele teve a execução com relação a Romualdo (Meste Moa) e Germino entrou em defesa de Romualdo e acabou se machucando”, afirmou Rodrigo.

“Tudo isso nós vamos mostrar em recurso e vamos expugnar ao Tribunal um novo júri, pois, os jurados claramente decidiram contrário a prova dos autos”, finalizou o advogado.

Relembre o caso

Mestre Moa do Katendê foi morto na madrugada do dia 8 de outubro de 2018, no Bar do João, localizado na avenida Vasco da Gama, em Salvador. De acordo com informações do MPBA, ele e Paulo Sérgio teriam discutido em voz alta sobre as eleições para presidente da República de 2018, e se agredido mutuamente de forma verbal.

Após a discussão, Paulo Sérgio teria saído do estabelecimento em direção à sua residência, onde buscou uma faca tipo peixeira e retornou ao bar, onde agrediu Moa do Katendê com 13 facadas por todo o corpo.

Primo do Mestre Moa, Germino Pereira também teria sido atingido por uma “profunda facada” no braço direito, ao tentar defendê-lo dos golpes. As informações são do A Tarde