A Justiça da Bahia negou o pedido de prisão preventiva feito pelo Ministério Público (MP-BA) contra o falso dentista que atuava ilegalmente nas cidades de Vitória da Conquista, no sudoeste do estado, e Itabuna, no sul. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (18) pelo juiz Murilo Staut Barreto, da 1ª Vara Crime de Itabuna, que tomou a decisão.
Paulo Henrico Almeida, de 38 anos, é suspeito de causar lesões e mutilações em pelo menos 15 pessoas atendidas por ele. O falso dentista foi denunciado pelo MP em 6 de setembro por lesão corporal e exercício ilegal da profissão. Na ocasião, o MP também pediu a prisão do suspeito. Segundo o pedido, o falso dentista estava frequentando a clínica onde trabalhava, em Conquista, mesmo após determinação da Justiça de que ele não entrasse em contato com testemunhas, parasse de exercer a função e não entrasse no estabelecimento.
Contudo, segundo o juiz Murilo Staut, no pedido de prisão não foram apresentadas provas que o dentista tenha mesmo descumprido as medidas, que continuam em vigor, e, por isso, a prisão não foi sustentada. Ainda não há resposta da Justiça sobre a denúncia do MP contra Paulo Henrico. Ao menos mais um pedido de prisão contra o falso dentista, feito pela Polícia Civil, que também acompanha o caso, segue sob avaliação.
O caso
Paulo Henrico se apresenta como estudante de odontologia, mas atuava como dentista nas duas cidades baianas. Em Conquista, em maio deste ano, o Conselho Regional de Odontologia (CRO) o denunciou pela atuação irregular. Já em Itabuna, a Polícia Civil pediu a suspensão temporária da clínica onde o falso dentista atuava. Na época, a polícia chegou a pedir a prisão do suspeito, mas o mandado foi negado pela Justiça.
Entre as vítimas do falso dentista, está um homem que denunciou o suspeito após ter nove dentes extraídos de uma só vez pelo homem durante uma consulta, no município de Itabuna. A vítima, que preferiu não se identificar, contou que procurou o falso dentista, sem saber que ele não era um profissional da área, após uma inflamação em um dos dentes e afirmou que foi surpreendido com as extrações. Segundo o homem, o procedimento foi realizado no mesmo dia em que ele passou por consulta com o suspeito, que ainda receitou remédios. As informações são do G1