”É no interior do Brasil que tem mais dificuldade para usar capacete. É no interior que o cigarro chega e a população rural fuma com palha de milho. Como é que eu chego nele, que tem menos acesso a informação? Eu tenho que ter atenção primária”, declarou. Em fevereiro deste ano, o ministro já havia declarado que o programa seria reformulado. Em maio, a pasta declarou que a priorização de atendimento médico para os municípios com maior vulnerabilidade social seria o foco de um novo programa que estava em elaboração.
O problema dos médicos cubanos que ficaram sem trabalho e permanecem no Brasil depois da saída de Cuba do programa é uma das preocupações do ministério. Fora do Mais Médicos, os formados no exterior não podem atuar na medicina brasileira sem a aprovação no Revalida, exame que não é feito desde 2017.
O programa Mais Médicos foi criado em julho de 2013 pelo governo federal para fixar profissionais em regiões mal atendidas. Em novembro de 2018, após a vitória de Jair Bolsonaro nas eleições, Cuba anunciou sua saída do programa, citando declarações ‘ameaçadoras’ de Bolsonaro. Em agosto, ainda em campanha, Bolsonaro declarou que ele ”expulsaria” os médicos cubanos do Brasil. A promessa também estava em seu plano de governo.
Ainda em novembro de 2018, governo Michel Temer publicou um edital com 8.517 vagas para o programa, ofertadas a médicos com registro no Conselho Regional de Medicina do Brasil. O Ministério da Saúde disse, em fevereiro, que todas as vagas disponíveis haviam sido preenchidas. No entanto, cerca de 19% dos médicos brasileiros que entraram no Mais Médicos desistiram de participar do programa até o mês de maio. Outro edital foi lançado em dezembro de 2018 para preencher 1397 vagas para brasileiros formados no exterior. A fase de acolhimento obrigatória foi iniciada em março deste ano.