A Justiça Federal concedeu, em 2018, uma liminar provisória proibindo o abatimento de jumentos na Bahia. Na ocasião, a liminar foi concedida pela juíza Arali Maciel Duarte, da 1ª Vara Federal, em Salvador, em resposta a ação civil pública movida pela União Defensora dos Animais – Bicho Feliz, da Rede de Mobilização pela Causa Animal, do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, da SOS Animais de Rua e da Frente Nacional de Defesa dos Jumentos contra a União e o Estado da Bahia.
A decisão judicial acarretou a interrupção das atividades em um frigorífico de abate de jumentos em Amargosa, que havia sido instalado no município em 2017, através de um grupo de chineses. Amargosa era uma das poucas cidades no Brasil com autorização do Ministério da Agricultura a realizar tal atividade e atraiu investimentos chineses, gerando cerca de 150 empregos diretos. Tempos depois, o prefeito Júlio Pinheiro ((PT) diz que o município ainda sente os reflexos do impacto econômico negativo com o fechamento do frigorífico e se empenha para que a decisão da Justiça Federal seja revertida. ”O frigorífico empregava 150 pessoas e foi fechado por conta de uma liminar da justiça e a gente recorreu dessa decisão, porque o município é interessado, teve sua ordem econômica afetada”, disse Júlio em entrevista ao Blog Marcos Frahm, nesta quarta-feira (24/07), durante evento realizado entre prefeitos da região pela Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR), em Jiquiriçá.
Questionado se não teme enfrentar críticas ao defender o abate de jumentos, o prefeito afirmou que a questão é cultural: ”Porque a preocupação com os jumentos se abate gados, frangos, suínos e todos são seres vivos?”, respondeu. Ele enfatiza a geração de empregos com a empresa em atividade: ”A gente tinha conseguido fazer um diálogo importante com a sociedade de Amargosa, que reconhece a importância do empreendimento que gera 150 empregos. Então, a população está ansiosa pela reabertura do empreendimento e, inclusive, todo o produto será para exportação para a China e o mercado asiático, o que gera não só para Amargosa, mas para a Bahia e para o Brasil um saldo positivo na balança comercial”, justificou.
Fábrica da Ferracni
O gestor ainda anunciou a ampliação dos serviços da Ferracine na cidade. Instalada em dezembro de 2017, a fábrica de calçados se tornou uma das principais geradoras de empregos, contemplando mais de 300 pessoas e sua instalação teve um investimento de R$ 12 milhões. Com apoio da Prefeitura, que cedeu um galpão, e isenção de impostos por parte do Governo do Estado a Ferracini fabrica em Amargosa cerca de 1,5 mil pares de calçados ao dia. ”Estive neste mês com o governador Rui Costa firmamos uma parceria que acaba de garantir não só a ampliação das instalações, mas também o aumento da sua produção que vai beneficiar todo o município com a geração de novos empregos. Vamos construir um novo galpão para incentivar a empresa”, garantiu.