O Ministério da Educação elabora um plano de parcerias entre universidades e empresas para ser discutido com reitores em 20 dias, segundo o secretário de ensino superior, Arnaldo Lima. A ideia é que a pasta tome a dianteira na aproximação entre a pesquisa feita no que Lima caracteriza como universidades com espírito empreendedor e as necessidades do mercado.
Entre os objetivos, segundo Lima, está permitir que as parcerias possam servir como uma nova fonte de recursos para as faculdades. Ainda sem oferecer detalhes sobre o plano, Lima disse que a pasta quer premiar as escolas com bom desempenho. Também defende maior internacionalização das universidades brasileiras.
”Queremos mensurar externalidades positivas e premiar casos de sucesso.” O governo Bolsonaro anunciou em abril cortes no orçamento das universidades federais e bolsas de pesquisa foram congeladas. Lima disse que o contingenciamento era necessário por uma questão de responsabilidade fiscal e disse que educação segue como prioridade do governo. Também afirmou ver com otimismo a possibilidade de os recursos serem liberados no segundo semestre, após uma eventual aprovação da reforma da Previdência.
Ele disse esperar que sejam direcionados para a educação recursos devolvidos pela Petrobras em acordo firmado pela Operação Lava Jato com autoridades dos Estados Unidos. ”O contingenciamento de curto prazo é por entendermos a importância da responsabilidade fiscal. Ela não é um fim em si mesmo. Queremos, com ela, atrair mais recursos para inovação.”
Universidades apontam que, caso o corte seja mantido do modo como anunciado, não terão recursos para suas atividades até o final do ano. Associações de empresas que investem em inovação ouvidas pela reportagem apontaram receio de que os cortes no orçamento das universidades leve o país a perder a corrida da inovação e ficar para trás na competição global.
Lima disse avaliar o nível de colaboração entre universidades e empresas ainda incipiente no Brasil. Ele afirma que as inovações e as pesquisas deveriam trazer mais benefícios para as universidades do que para os professores e alunos responsáveis pela pesquisa. Sobre dados do INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) que indicam que as universidades federais são as maiores depositantes de patente no Brasil, ele disse acreditar que ter grande volume de produção não é o suficiente.
”Não é questão de quantidade, é questão de qualidade. Precisamos fazer as inovações chegarem às empresas para que o retorno chegue às universidades.”’