Os doze militares responsáveis pelo fuzilamento do carro de Evaldo Rosa, em Guadalupe, no Rio de Janeiro, que causou a sua morte e também a do catador de material reciclado Luciano Macedo, foram denunciados pelo Ministério Público Militar. Evaldo dirigia o carro em que estavam ainda a sua esposa, o filho, uma amiga e o seu sogro, e seguiam para um chá de bebê, quando foram confundidos com criminosos. O catador de latas, Luciano Macedo, foi atingido quando tentava ajudar a família. O documento enviado pelo Ministério Público Militar denuncia os agentes pelos crimes de homicídio, tentativa de homicídio e omissão de socorro. Agora, a Justiça Militar tem até 15 dias para decidir se aceita a denúncia.
Dois dos doze militares presentes no momento do crime, não dispararam, apenas dirigiram, e portanto, não foram presos em flagrante na ocasião. No último dia 10 de abril, nove das dez prisões foram convertidas em prisão preventiva, segundo informações do El País Brasil, após audiência de custódia. Apenas o soltado Leonardo Delfino Costa, que alegou não ter feito nenhum disparo naquele dia, foi liberado. O entendimento da juíza que decidiu pela prisão preventiva dos militares foi de que houve “quebra das regras de engajamento”, uma vez que Evaldo foi alvejado sem que houvesse nenhuma suspeita de ameaça à integridade física dos agentes.
Os acusados alegam que acreditavam se tratar de um carro que havia sido roubado naquele, com as mesmas características do veículo do músico. Mas, de toda forma, a ação foi desproporcional. A denúncia do MPM aponta que foram feitos 257 disparos, sendo que 61 deles atingiram o carro. A primeira perícia realizada pela Polícia Civil indicou que foram contabilizados, ao menos, 80 tiros, sem nenhum sinal de que a viatura havia sido atingida. Nenhuma das vítimas foi encontrada com arma de fogo.