A Prefeitura de Cravolândia e Professores entraram num acordo quanto ao impasse entre educadores e o Governo local, que teria gerado paralisação de parte dos docentes na última semana. Numa reunião, na segunda-feira (1º), ocorrida na Comarca de Santa Inês, entre representantes do Poder Judiciário, do Executivo e da APLB Sindicato, que fazia as reivindicações, a categoria decidiu aceitar a proposta apresentada pela prefeita Ivete Soares (PSD). Conforme a gestora, ficou decidido que o município efetuaria o pagamento de 15% do aumento do nível médio para graduação, já pago ontem, terça-feira, segundo a gestora, além de 5% do aumento de nível de graduação para pós-graduação e pagamento do terço de férias, com prazo estabelecido para o dia (10) de julho, reivindicações que constavam na pauta dos manifestantes. Além do que ficou estabelecido, Governo e professores terão outro encontro no dia (29) de Julho, para discutir outras questões correlacionadas.
Contudo, a prefeita Ivete, em entrevista ao Blog Marcos Frahm, negou que houve paralisação das aulas e afirmou que, em Cravolândia, os professores são associados a duas entidades, a ATEC, e a APLB, sindicato, que segundo a prefeita representa os cerca de 15% dos educares que se manifestaram. ”Felizmente chegamos ao fim desse impasse. O que nos deixou com tranquilidade foi o fato de que os alunos não ficaram sem aulas nos dias em que os manifestantes paralisaram. Temos na cidade duas associações, e uma delas é a ATEC, que representa a maioria e os professores associados a ela não entraram em greve, pois nós sentamos e chegamos a um acordo, de pagar os 15% do aumento de nível. Esse mesmo valor foi aceito depois pela APLB, durante audiência com a Justiça. Poucos professores pararam e nós nos esforçamos, pedindo o empenho de coordenadores e até de diretores escolares para que fossem as salas de aulas garantir o ensino aos estudantes”, disse a prefeita ao BMFrahm.
Ivete afirmou ainda que a Educação sente os reflexos da gestão passada, e que encontrou o município no caos, em janeiro de 2017, sem os documentos contábeis e computadores com dados dos gastos de 2016. ”Cravolândia está em fase de reconstrução, depois de uma gestão desastrosa, que só fez prejudicar o município e até desvios de recursos nós constatamos e já acionamos o MPF. Assumimos a prefeitura sem encontrar documentos, sem ter condições de tocar a administração naquele momento, mas nos organizamos para reconstruir a história da nossa cidade. Na educação, para se ter uma ideia, constatamos reformas de escolas inacabadas, ônibus escolares sem pneus e muitos desmandos”.
Município tem dificuldades para arcar com a Educação
Ainda conforme a gestora local, a prefeitura consome quase a totalidade dos recursos do Fundeb somente com o pagamento dos profissionais da educação em atividade, restando, portanto, a única alternativa de a gestão ter que fazer complemento com recursos que são de outras áreas para as demais despesas com manutenção de ensino. ”Nós não atrasamos salários, mas encontramos dificuldades para conseguir pagar as despesas da educação. Uma prefeitura da terceira cidade mais pobre, cuja principal receita são os recursos do Fundo Participação de Municípios (FPM), a gestão tem que fazer um esforço grande para garantir a educação, porque se esperar apenas pela receita do Fundeb não consegue pagar”, lamentou. Apesar de falar em dificuldades, ela diz acreditar que 2019 traga melhores ventos à administração no que se refere às finanças. ”Ainda estamos no primeiro semestre, e eu sempre digo às pessoas que não percam a esperança de dias melhores. Mesmo com todos os problemas que nós herdamos, conseguimos viabilizar a conclusão de duas praças, pavimentação na localidade de Ilha Formosa e estamos correndo atrás pela aprovação de projetos para novas conquistas. Mas o que podemos dizer que é mais importante é que hoje a prefeitura de Cravolândia não atrasa salários e não desvia recursos”, concluiu.