Embora tenha dito que estava neutro no processo de escolha da mesa diretora da Câmara Municipal, o prefeito de Jaguaquara, Giuliano Martinelli (PP), vem demonstrando que não digere bem a vitória de Raimundo Louzado (PR), que foi eleito, derrotando Cristiane Pinheiro (PP), prima do chefe do Executivo, por um voto de vantagem. De acordo com comentários nos bastidores da política local, a verdadeira ”caça as bruxas”, com transferências de funcionários de um setor para outro, além da própria exoneração do secretário de Cultura, o locutor Weder Melo, são apontadas como medidas de retaliação, atingindo não somente o recém-empossado presidente, como também os parlamentares que apoiaram sua eleição para comandar o Poder Legislativo. Inclusive, a saída de Weder, até agora sem uma explicação objetiva da Prefeitura, teria ocorrido, conforme comentários na cidade, pelas suas constantes visitas ao gabinete de Louzado, episódio que teria deixado o prefeito aborrecido. O repentino impulsionamento do nome do presidente da Câmara nas redes sociais foi outro fato correlacionado que também teria deixado o alcaide bastante incomodado. Tudo isso acontece na capital do Vale do Jiquiriçá, por causa das eleições de 2020, já que Raimundo Louzado pode representar uma grande ameaça as pretensões políticas de Martinelli, que trabalha para fazer seu sucessor, cujo nome mais cogitado é o da secretária municipal de Desenvolvimento Social, Edione Agostinone, sogra do irmão do prefeito, dando assim, uma escanteada no presidente da Câmara, outro que também alimenta a esperança de ser prefeito. Contudo, todos esperam que essas supostas retaliações sejam aproveitadas por Louzado, transformando o Legislativo em um poder, de fato, independente, abordando, com imparcialidade os problemas que mais afligem a sociedade jaguaquarense. Por outro lado, o enfraquecimento do sistema dominante é festejado pelas oposições, que também se articulam para o lançamento de candidatos visando à retomada do poder, entre eles o ex-prefeito, Ademir Moreira, uma das lideranças que apostam todas as suas fichas no fracasso politico-administrativo do grupo liderado pelo atual mandatário. *Por Marcos Frahm