Em um curto período de cinco meses, a Câmara Municipal de Itiruçu foi palco de duas eleições emblemáticas para escolha da nova Mesa-Diretora. No dia (27) de Junho, o então presidente, vereador mais votado da história do Município nas eleições de 2016, Ezequiel Borges (PRB), foi reeleito num processo antecipado de votação que não contou com a presença de parlamentares que faziam oposição a sua chapa: Paulo Ézio (PSB), Roberto Silva (PSL), Jocenil Oliveira (PSD) e João Mota (PCdoB), o que não impediu a reeleição do edil. Com a presença do atual líder do poder Legislativo e de outros quatro edis: Antônio Hélio (PSDB), Agnaldo Vieira (PSDB), Izilio Vieira (PSD) e Ailton Santos (PCdoB) o processo transcorreu com tranquilidade e Ezequiel foi reeleito presidente com 5 votos. Na ocasião, também foram eleitos os vereadores Agnaldo Vieira vice-presidente, Hélio Souza 1º secretário e Izilio na 2ª secretária da casa. Dias depois, a batalha para se manter no poder. Os opositores, que não deram as caras, passaram a questionar a eleição com acusação de que a votação teria sido feita ”às escuras”. Eles ingressaram na Justiça com uma ação que teve as assinaturas de João Mota, Jocenil, Paulo e Roberto. Os dois primeiros chegaram a renunciar da Mesa Diretora da Casa em ato de ruptura política com Ezequiel, João da vice-presidência e Jocenil do cargo de 1° secretário, no primeiro mandato presidencial. No documento, os opositores não revelavam ato de ”corrupção” ou outra atitude mais grave do presidente reeleito, apenas diziam haver irregularidade, que o processo de eleição não teria sido transparente. A Justiça local chegou a conceder liminar a oposição para suspender a eleição, mas Borges recorreu ao Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), que lhe deu direito de permanecer na presidência. Conduto, as articulações de seus opositores foram mais fortes e, novamente, vice-presidente e 1º secretário, Helio e Izilio, eleitos em Junho, renunciam aos respectivos cargos, unindo-se a oposição. As tratativas envolviam vereadores de oposição e membros da base de sustentação da prefeita Lorena Di Gregório (PRB), de quem Borges é amigo pessoal, mas nem os laços estreitos comoveram a gestora, que preferiu assistir a disputa de camarote e não se envolveu na queda de braço. No dia (19) de novembro, já sem fôlego, e sem apoio, Ezequiel não teve outra alternativa senão renunciar ao cargo de presidente, sem ao menos concluir o mandato de líder do Legislativo. Uma nova eleição foi realizada, elegendo João Mota presidente, Jocenil vice-presidente, Izilio 1º secretário e Helinho 2º. Estes dois, meses atrás eram paz e amor com Ezequiel. Todos os integrantes da nova Mesa-Diretora, são aliados da prefeita Lorena e foram empossados para o Biênio 2019/2020 na última terça-feira (01). Já Ezequiel, ferrenho defensor do Executivo, volta à cadeira de vereador e as informações nos meios políticos são de que as articulações objetivaram desarticular o mais votado da cidade, que desponta como revelação da política local, com o nome cotado para candidatura de prefeito e inclusive goza de boa relação com a primeira-dama do Estado, Aline Peixoto, que teria o acolhido antes vereança em cargo no Hospital Geral Prado Valadares (HGPV), em Jequié. Outra informação obtida pelo BMFrahm revela que, o agora ex-presidente, mesmo sem ter o apoio esperado da prefeita, não descola da mandatária.