A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, solicitou nesta terça-feira (23) ao ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, que a Polícia Federal instaure um inquérito policial para apurar a conduta do coronel da reserva do Exército Carlos Alves, que em vídeo publicado nas redes sociais fez ameaças e ofensas à presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber. A medida foi tomada depois de a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) solicitar que a Procuradoria-Geral da República (PGR) apure o caso. Mais cedo, o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, também pediu ao Ministério Público Militar que investigue o vídeo, em que a ministra é chamada de “salafrária”, “corrupta” e “incompetente”. Para Raquel Dodge, a manifestação do coronel “contém graves ofensas à honra da ministra Rosa Weber, imputando-lhe tanto fatos definidos, em tese, quanto conduta criminosa, além de difamar-lhe a reputação, mediante imputação de fatos extremamente ofensivos, e de ofender-lhe a dignidade e o decoro”. A procuradora diz que também há manifestações no vídeo que podem ser consideradas crime contra a honra do ministro Ricardo Lewandowski, “mediante falsa imputação de conduta criminosa e de fato ofensivo à sua reputação”. Raquel Dodge pede que o inquérito policial apure se houve os crimes de calúnia, difamação, injúria e ameaça. No vídeo, o coronel Carlos Alves diz: “Olha aqui, Rosa Weber, não te atreve a ousar aceitar essa afronta contra o povo brasileiro, essa prova indecente do PT de querer tirar Bolsonaro do pleito eleitoral, acusando-o de desonestidade, de ser cúmplice numa campanha criminosa fraudulenta com o WhatsApp para promover notícias falsas”, avisa o autor do vídeo, em relação a uma ação que tramita no TSE para investigar o suposto disparo em massa de mensagens contra o PT. Dirigindo-se à ministra Rosa Weber, ele prossegue: “Se você aceitar essa denúncia ridícula e tentar tirar Bolsonaro, nós vamos derrubar vocês aí, sim, porque aí acabou”. O autor do vídeo chamou o STF de tribunal de “canalhas” e “vagabundos”, e afirmou não aceitar um resultado que não seja a vitória do candidato do PSL.