O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal Federal do Rio, liberou a ex-primeira-dama do Rio Adriana Ancelmo da prisão domiciliar. Ela poderá sair durante o dia, mediante uso de tornozeleira eletrônica, e terá que se recolher em casa durante as noites e aos finais de semana. Adriana foi condenada a 18 anos e três meses de prisão por Bretas em setembro do ano passado, pelos crimes de lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa. Desse período será descontado o tempo que ela já passou na cadeia e na prisão domiciliar. Adriana foi presa em novembro de 2016, pouco depois de seu marido, o ex-governador Sergio Cabral (MDB), por sua vez, já condenado a 100 anos de prisão, por crimes como corrupção, lavagem de dinheiro, organização criminosa e evasão de divisas. A ele é atribuído um grande esquema de corrupção que vigorou durante seus dois mandatos no Estado (2007-2014), com movimentação de mais de R$ 1 bilhão e cobrança de propina e superfaturamentos em áreas como transporte, obras e saúde. As investigações são desdobramentos da Lava Jato no Rio. Adriana passou à prisão domiciliar, no Leblon, zona sul da capital, depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) acolheu pedido que alegava que ela tem dois filhos menores, que já estavam sem o pai em casa. Investigações do Ministério Público do Estado revelaram que a mulher do ex-governador teve diversas regalias enquanto esteve presa no Complexo Penitenciário de Gericinó, entre os meses de dezembro de 2016 e março de 2017. Entre os privilégios, estão o recebimento de ceias de Natal e de Ano Novo. O MP divulgou que após a chegada de Adriana a rotina da unidade foi alterada. As regras de disciplina teriam sido adaptadas para a ex-primeira-dama, que não era obrigada a levantar da cama durante inspeções de rotina, por exemplo, e nem chamada de “presa” pelos funcionários, como as demais detentas. *Estadão