A operadora de caixa Tauane Morais, de 23 anos, foi morta a facadas nesta quarta-feira (7) pelo ex-namorado Vinícius Rodrigues de Sousa, 24. Ele tinha acabado de ser solto pela Justiça, depois de ter sido preso por espancar e tentar matar a jovem. O rapaz estava inconformado com o fim do relacionamento. O crime aconteceu no Distrito Federal. Depois de matar Tauane, Vinicius tentou se matar, mas foi socorrido ainda no local pelo Corpo de Bombeiros e levado ao Hospital Regional de Taguatinga (HRT). O estado de saúde não foi divulgado. Vinícius havia sido detido em flagrante no domingo (10) logo depois de agredir a ex-namorada. Ele também tentou enforcar a jovem na frente dos filhos do casal – um menino de 2 ano e uma menina de 4. Na ocasião, Tauane relatou à polícia que Vinícius havia pegado um punhal e rasgou as cortinas da casa, quebrou móveis, a geladeira e a televisão. Ela também contou que já tinha sido agredida outras vezes, mas que até então não tinha denunciado. Segundo o portal G1, o rapaz foi liberado na audiência de custódia no dia seguinte pelo juiz Aragonê Nunes Fernandes. Para ele, a medida protetiva que Tauane tinha era o ”suficiente” para manter o agressor longe da vítima e ”preservar a integridade física” dela. O suspeito é do Piauí e não tinha passagens pela polícia no DF.
Bola de cristal
Apesar do Tribunal de Justiça do Distrito Federal dizer, por meio de nota ao G1, que não comenta ações e que o juiz responsável pela soltura também não poderia comentar porque é impedido pela Lei Orgânica da Magistratura Nacional, ele resolveu falar sobre o caso. Ele disse que não tem bola de cristal para prever ameaças que poderiam se concretizar. ”Por não termos ‘bola de cristal’, não temos como prever aqueles que realmente concretizarão as ameaças que fazem. Prender a todos, indistintamente, não parece ser o melhor caminho a seguir”, disse o juiz Aragonê Nunes Fernandes, durante a segunda audiência de custódia de Vinícius Rodrigues de Sousa. Com a morte de Tauane, Aragonê Fernandes decidiu converter a prisão em flagrante para preventiva, que possui tempo indeterminado. Para se justificar a morte da jovem, o juiz afirmou que ”infelizmente, todos os dias recebe um grande número de autuados envolvidos em crimes relacionados à Lei Maria da Penha” e que ”são comuns delitos de ameaça, de injúria e de lesões corporais” Sobre o comentário que fez na primeira audiência de custódia, quando dise que a medida protetiva era o suficiente para manter Taune segura, o magistrado voltou atrás e reconheceu a ineficiência da medida. ”Mesmo ciente da impossibilidade de procurar a vítima, ele retornou à residência e retirou a vida dela”, completou.