Está em tramitação na Câmara Municipal de Jaguaquara um projeto de emenda à Lei Orgânica que volta a admitir a reeleição da Mesa Diretora do Legislativo local. A proposta é de autoria do Legislativo e foi apresentado pelo próprio presidente, o vereador Élio Boa Sorte Fernandes (PP), que visa adequar o Regimento Interno da Casa à Lei Orgânica do Município (LOM). A eleição está prevista para ocorrer em dezembro de 2018, podendo ser antecipada. E as articulações para a disputa começaram a ganhar corpo. Exercendo o segundo mandato de presidente, Élio não quer abrir mão da presidência, de modo a intensificar as articulações para conquistar apoio dos parlamentares. Nos bastidores, as informações são de que o vereador e ex-vice-prefeito Raimundo Louzado (PR), que também já exerceu o cargo de presidente e foi eleito o vereador mais votado do município nas eleições municipais de 2016 também se coloca como possível candidato. Raimundo, conforme informações estaria contando com o apoio do prefeito Giuliano Martinelli (PP), mas o chefe do Executivo, que é também aliado de Élio, tem afirmado que não vai interferir na eleição. Segundo fonte, a orientação do prefeito é para que os vereadores reúnam a bancada governista, que é composta por 12 dos 15 vereadores para tomar uma posição. Parte dos governistas defende a alternância de poder na presidência e demonstra insatisfação com Boa Sorte na condução da Mesa. No entanto, apenas um dos edis abriu a boca para se posicionar, na sessão de quarta-feira (30), quando o presidente apresentou o PL de emenda à Lei Orgânica para lhe garantir no comando. Lindoval Muniz (PP), 1º secretário, reagiu e pediu vista do projeto, numa demonstração contrária à reeleição. ”Todo projeto aqui tem que ser analisado, tem que passar pelas comissões. É um direito meu como parlamentar estudar mais esse projeto, para que no futuro a gente não se arrependa”, disse Lindoval ao justificar sua decisão, que levou Élio a sofrer o primeiro revés. Em Jaguaquara, é do conhecimento de todos que Boa Sorte é um dos nomes cogitados para uma possível candidatura a prefeito em 2020, na sucessão de Martinelli, que ocupa o cargo em seu segundo mandato.