Ministra Luislinda Valois pede desfiliação do PSDB, mas permanece no Governo Temer

Luislinda Valois saiu do PSDB. Foto: Mauro Pimentel/AFP

A ministra dos Direitos Humanos, Luislinda Valois, não é mais do PSDB. A desembargadora aposentada entregou na tarde desta quinta-feira (14) seu pedido de desfiliação do partido, do qual era membro desde 2013. Com a decisão, a ministra permanece no governo de Michel Temer, independentemente da decisão da sigla de desembarque da gestão federal. O Ministério dos Direitos Humanos foi recriado pelo presidente Michel Temer em fevereiro e Luislinda está à frente da pasta desde então. Agora, o PSDB está à frente somente do Ministério da Relações Exteriores, sob o comando de Aloysio Nunes.

Polêmicas

À frente do Ministério dos Direitos Humanos ela tem sido alvo de muitas polêmicas. Desembargadora aposentada da Bahia, ela queria receber este benefício e o salário integral de ministra, o que lhe renderia R$ 61,4 mil por mês. Em seu argumento de 207 páginas, a ministra afirmou que a situação ”se assemelha ao trabalho escravo”. O teto constitucional contudo é de R$ 33,7 mil. Por isso, no caso de Luislinda, o salário de ministra fica em R$ 3.292 brutos. O de desembargadora aposentada segue preservado na íntegra, em R$ 30.471,10. Além disso, como ministra, ela tem direito a carro com motorista, acesso aos jatinhos da FAB, cartão corporativo e imóvel funcional. Ela desistiu do pedido depois da polêmica e repercussão causadas por sua solicitação. A ministra também queria receber mais de R$ 300 mil em supersalários retroativos. Ela tinha feito uma solicitação para acumular remunerações retroativamente de julho de 2016 até fevereiro deste ano, quando passou a ser ministra. Agora a ministra sofre pressões para deixar o governo Temer. No final do mês passado, a Comissão de Ética Pública da Presidência da República informou ter aberto um procedimento para investigar a conduta ética da ministra, que teria recebido diárias de viagens a trabalho em dias que ela não trabalhou.