O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou, ontem, o bloqueio de R$ 12,8 milhões da família do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), preso desde setembro no âmbito da Operação Tesouro Perdido. A decisão atende ao pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que apontou indícios de cometimento dos crimes de lavagem de dinheiro por meio de empreendimentos imobiliários de empresas ligadas à mãe de Geddel, Marluce Vieira Lima. Na mesma decisão, porém, Fachin rejeitou o pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, sobre o recolhimento domiciliar noturno ao deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), irmão de Geddel, e a prisão domiciliar de Marluce. No despacho, o ministro argumentou que essas medidas não eram urgentes e deu um prazo para os advogados dos dois acusados se manifestarem. Os pedidos foram feitos pela PGR na segunda-feira, quando Raquel denunciou por lavagem de dinheiro e organização criminosa Geddel, Lúcio, Marluce, o ex-assessor parlamentar dos políticos, Job Ribeiro Brandão, o aliado político da família, Gustavo Ferraz, além do engenheiro Luiz Machado, dono da Cosbat Engenharia. A denúncia se refere ao caso dos R$ 51 milhões em espécie encontrados pela Polícia Federal, em setembro passado, em um apartamento que teria sido emprestado por um corretor de imóveis à família de Geddel Vieira Lima. No despacho, o ministro do Supremo autorizou a abertura de um novo inquérito contra Geddel, Lúcio, Marluce e Afrisio Quadros Vieira Lima Filho – irmão dos políticos – para apurar a suspeita de desvio de dinheiro público. A PGR ainda vai analisar se houve a apropriação de até 80% dos salários que eram pagos a Job Brandão, como assessor dos políticos na Câmara, conforme Brandão afirmou em depoimentos. Ele é um dos denunciados no inquérito e já sinalizou que pretende fazer acordo de delação premiada.