A dançarina Alessandra Andrade, 43 anos, morreu depois de sofrer dois acidentes em apenas cinco minutos em São Vicente, no litoral de São Paulo, no sábado (2). Ela tinha acabado de fazer uma apresentação de dança depois do show do cantor Léo Santana na cidade e voltava para casa quando morreu. Segundo amigos, a dançarina tinha dito pouco antes que aquela seria a última apresentação de sua vida. Alessandra voltava de moto para casa, em Cubatão. Ela passava pela Rodovia Anchieta quando um carro tocou na moto e Alessandra foi arremessada e atropelada. Enquanto recebia atendimento, outro carro passou, não respeitou a sinalização e atropelou novamente a dançarina, que acabou morrendo. Ela foi ao show de Léo Santana em uma casa noturna de São Vicente com amigos.”Ela estava sempre sorrindo, animada e bem arrumada. No dia do acidente era o oposto. Estava desarrumada, cabisbaixa e cansada”, disse ao G1 a amiga Taio Messias. O combinado era que o grupo de dança iria abrir a noite, antes de Léo Santana subir ao palco. Mas houve atraso e os dançarinos acabaram fechando o show, depois do cantor baiano. ”Ela estava cansada. Chegou a dizer que essa seria a última apresentação dela”, explica Frederico César, professor de dança que se apresentou com Alessandra. ”Ela falou ‘esse é o meu último show, não subo nunca mais no palco. Estou cansada, velha e não tenho mais idade pra isso’, parece que sabia que ia morrer”, conta Taio. ”Talvez estivesse preocupada com o atraso do show porque no dia seguinte ela teria uma atividade com os alunos dela no Sesc de Santos e precisava ir embora”, diz. ”Ela não saiu de dentro do camarim. Ficou reservada. Mas quando subiu no palco, foi lindo. Ela dançou como sempre, deu um show. Quando acabou, ela foi embora.” A apresentação acabou terminando depois de 4h da madrugada. Ao Uol, Taio contou que como chegou tarde em casa, dormiu rapidamente. Ela acordou às 13h de domingo com várias mensagens e que ficou bastante chocada. ”Ela estava com a gente agora mesmo”, lembra de dizer. “Foram dois atropelamentos. Estamos chocados. A gente tem de acreditar que era o dia dela, que sua missão já tinha sido cumprida”, acrescenta. O corpo da professora foi velado e sepultado no domingo, em Cubatão, com presença de mais de 200 pessoas. Imagens das câmeras de monitoramento da rodovia devem ajudar a identificar o atropelador. A placa dianteira do carro acabou caindo na via e foi localizada depois do acidente. O suspeito ainda não se apresentou à delegacia e não foi encontrado.