O ex-diretor da Defesa Civil de Salvador e aliado de Geddel Vieira Lima, Gustavo Ferraz, começou a usar na quinta-feira (16) a tornezeleira eletrônica. Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização da Bahia (Seap), além de Ferraz, Job Ribeiro Brandão – que dá expediente no gabinete do deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) também já está com o aparelho. O ex-diretor e o assessor da Câmara foram soltos nesta semana, após pagamento de fiança. O valor estipulado aos dois foi reduzido pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), após Gustavo e Job alegarem que não tinham como pagar o valor deteminado inicialmente. Os dois cumprem restrições como recolhimento em casa e outras medidas alternativas à prisão. Job Ribeiro disse à Justiça que, apesar do cargo de assessor parlamentar, devolvia 80% do salário a Lúcio Vieira Lima. Gustavo Ferraz, por sua vez, alegou não ter capacidade financeira para pagar o valor inicial estipulado. Nos dois pedidos, a Procuradoria Geral da República (PGR) opinou favoravelmente à redução das fianças. Job Ribeiro Brandão já havia obtido redução de fiança de 100 para 50 salários mínimos. Depois, ficou estabelecido o pagamento de somente 10 salários mínimos (equivalentes a R$ 9,3 mil). Gustavo Ferraz, por sua vez, teve a fiança reduzida de 100 para 50 salários mínimos (correspondentes a R$ 46,8 mil). Logo que foi preso, o ex-diretor da Defesa Civil de Salvador admitiu em depoimento à Polícia Federal (PF) ter buscado dinheiro em espécie em São Paulo a mando do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) e entregue por um emissário do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ferraz foi preso pela Polícia Federal junto com Geddel. Fragmentos de digitais dele foram encontrados em cédulas dos R$ 51 milhões apreendidos em Salvador.