O relator da reforma da Previdência na Câmara, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), afirmou nesta quarta-feira (31) que o governo conta hoje com ”mais de 280 votos” para aprovar a proposta na Casa. Ele afirmou que o número de votos ”mudou pouco” após as delações da JBS, mas reconheceu que as denúncias contra o presidente causam uma ”dúvida de crise política” e precisam ser superadas rapidamente. ”Estamos em um patamar muito próximo do necessário em votos para aprovar a reforma”, disse o deputado em coletiva de imprensa durante o Fórum de Investimentos Brasil 2017, em São Paulo. ”Eu acho que nós já temos, seguramente, mais de 280 votos.” Além disso, o relator afirmou que o Congresso está na expectativa do julgamento da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e que mesmo se houver um pedido de vistas, interrompendo o julgamento, o Congresso tem condições de avançar na apreciação da reforma. O julgamento será retomado pela corte eleitoral no próximo dia 6. ”Não é possível que um ministro peça vistas, que ele não tem prazo para devolver o processo, e o Parlamento fique de braços cruzados esperando que um dia esse processo seja devolvido para a pauta para que o Brasil possa andar”, disse o deputado. ”Me perdoa, mas se houver um pedido de vistas, nós temos que tocar a reforma, temos que andar com isso no Congresso Nacional”, enfatizou. Ele destacou que é preciso esperar o dia 6 para definir o andamento da reforma na Câmara. “Creio que teremos condições de avançar e aprovar a reforma da Previdência na Câmara.” O relator evitou, no entanto, dar um prazo. ”Certamente o deputado Rodrigo Maia (presidente da Casa) fará no momento oportuno”, disse. O relator falou que o presidente da Câmara está considerando o desejo de votar e aprovar o texto. Perguntado sobre se Rodrigo Maia teria a semana seguinte ao dia 6 para colocar a reforma da Previdência em votação, o deputado respondeu que espera que “ele faça isso”. Na terça, Rodrigo Maia disse no mesmo evento que ”em poucos semanas” a reforma voltaráà pauta. ”Tenho certeza que ele não vai mencionar um prazo se ele não tiver convicção que nesse prazo existe a i de nós aprovarmos a PEC”, afirmou o relator. Arthur Maia disse ainda que não acredita em uma fragmentação da reforma para facilitar a aprovação entre os parlamentares. Ele também afirmou que não vê “grandes diferenças” no tamanho da base aliada antes e depois das delações da JBS, mesmo com o desembarque de alguns partidos do governo. ”Não é o fato de um partido ficar na base ou sair da base que tem mudado a opinião de um deputado nesse assunto.”