Senadores trocaram acusações na tarde desta terça-feira (23), durante um debate sobre a reforma trabalhista realizado na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). A confusão começou após o relator da reforma, senador Ricardo Ferraço (PSDB-CE), entregar parecer favorável ao projeto aprovado na Câmara. O presidente da CAE, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), tentou dar prosseguimento aos trabalhos com o início da leitura do relatório. Tentando obstruir a leitura, os senadores de oposição apresentaram duas questões de ordem que foram rejeitadas. Os oposicionistas, então, levantaram-se bastante exaltados para tentar impedir a continuidade da reunião. Um bate-boca foi iniciado, e a sessão precisou ser suspensa. A sala estava totalmente lotada de pessoas que se manifestam contra a reforma, e o clima é de bastante tensão. Gritos de ”Fora, Temer” eram ouvidos em coro no ápice da confusão. A audiência foi solicitada por senadores da oposição, como Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Lindbergh Farias (PT-RS), sob a justificativa de terem um debate mais equilibrado e com o enfoque nos impactos da reforma trabalhista na economia. O debate foi mais intenso porque a oposição queria obstruir a leitura do relatório do PLC 38/2017, que reforma as leis trabalhistas, marcada para a segunda parte da reunião. Os senadores da oposição criticaram a reforma, dizendo que as condições de trabalho se tornarão precárias e que, num momento de crise, os trabalhadores não conseguirão ter seus direitos garantidos. Além disso, a oposição afirmou que a reforma beneficiará apenas os empresários e que não deveria estar tramitando no momento de crise política que se vive no país. A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) afirmou que deve ficar claro que o objetivo da reforma trabalhista não é o de aumentar o emprego, mas o de colocar sobre os mais pobres o ônus da dívida pública.