O presidente Michel Temer (PMDB) anunciou em pronunciamento na tarde desta quinta-feira que não vai renunciar à presidência da República. ”Não renunciarei. Sei o que fiz”, afirmou Temer, afastando a hipótese de deixar o cargo. ”No Supremo, mostrarei que não tenho nenhum envolvimento com esses fatos. Não renunciarei. Repito: não renunciarei. Sei o que fiz e sei a correção dos meus atos. Exijo investigação plena e muito rápida para os esclarecimentos ao povo brasileiro. Essa situação de dubiedade e de dúvida não pode persistir por muito tempo”, afirmou durante sua fala que durou quase 10 minutos. emer teria sido gravado dando aval ao presidente da JBS, Joesley Batista, para fazer o pagamento de mesada ao deputado cassado Eduardo Cunha, preso em Curitiba. ”Tem que manter isso aí”, disse Temer ao ser comunicado pelo dono da JBS, Joesley Batista, da situação usada para garantir o silêncio dele. Ainda de acordo o presidente, que usou um tom de voz mais firme, esta semana conseguiu reunir o melhor e o pior de seu governo até o momento. Ele citou números que demonstrariam que a economia estava voltando a caminhar e ainda destacou a tramitação das reformas no Congresso. ”Mas ontem, conversas gravadas clandestinamente trouxeram de volta o fantasma da crise política. E todo o esforço de tirar o país da crise pode se tornar inútil”, disse. Michel Temer ainda exigiu investigação rápida sobre as denúncias de que teria dado aval para pagamento de propina ao ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para que ficasse calado na Operação Lava-Jato. De acordo com Michel Temer, o Supremo Tribunal Federal (STF) será o ”território” em que as explicações surgirão. Nesta quinta-feira, o ministro Edson Fachin autorizou a abertura de inquérito contra o presidente, a pedido da Procuradoria Geral da República (PGR).