Do complexo penal onde está preso, em Curitiba, o ex-deputado Eduardo Cunha rebateu em nota partes da entrevista concedida pelo presidente Michel Temer à TV Bandeirantes, no último final de semana. No documento, o ex-deputado confirma ter se reunido, em 2010, com executivos da Odebrecht e com o então vice-presidente Michel Temer, mas afirma que a conversa foi agendada diretamente com Temer. Segundo os delatores, nessa reunião teria sido negociada propina para o PMDB. De acordo com Temer, a reunião a que os ex-executivos da Odebrecht se referem não versou sobre qualquer ”acerto escuso”. Ele também nega ter sido o responsável por agendar o encontro. Na nota, distribuída entre interlocutores próximos, Cunha diz que ”o presidente se equivocou nos detalhes”. Em um ponto, as versões de Temer e Cunha convergem: o ex-deputado também nega que tenham conversado sobre propina. ”A conversa girou sobre a possibilidade de possível doação e não corresponde a verdade o depoimento do executivo”, escreveu o peemedebista. Em depoimento à Lava Jato, os delatores da Odebrecht sustentam ter recebido, nesse encontro, o aval de Temer para o pagamento de US$ 40 milhões em propina a integrantes do PMDB .