O ex-presidente e herdeiro do grupo empresarial que leva o nome de sua família, Marcelo Odebrecht, disse em depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no início deste mês, que o financiamento ilegal de campanhas é tão comum no país que inclui todos os candidatos eleitos. ”Duvido que tenha um político no Brasil que tenha sido eleito sem caixa 2. E, se ele diz que se elegeu sem, é mentira, porque recebeu do partido. Então, impossível”, cravou em suas declarações sobre abuso de poder político e econômico pela chapa Dilma Rousseff-Michel Temer nas eleições de 2014.
Arrependido – De acordo com trechos do depoimento publicado no Jornal O Estado de São Paulo desta segunda-feira (27), o empresário baiano admitiu que se arrepende de ter tratado de propina no governo federal. Falando de forma geral, ele considerou que toda a sociedade, errou ao assistir, supostamente de forma passiva, o esquema de aparelhamento político no setor público, potencial fonte de desvios e do financiamento ilegal de campanhas. ”O governo sabia, a população sabia, eu sabia que o meu empresário, para atuar na Petrobras, de alguma maneira, tinha de atender aos interesses políticos daquela diretoria. Eu fazia vista grossa, a sociedade fazia vista grossa, todo mundo fazia vista grossa”, disse. “Olhando para a frente, precisa mudar muita coisa, entendeu? Essa questão da Lava Jato foi positiva, porque acho que vai corrigir daqui para a frente”.